A atriz Mônica Martelli revelou que sua introdução à vida sexual foi consequência de um estupro. A humorista de 54 anos relatou o caso, que aconteceu na adolescência, durante o podcast Quem Pode, Pod dessa quarta-feira (11/1).
Ao programa, apresentando por Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank, a artista contou histórias sobre sua vida amorosa e lembrou como perdeu a virgindade. “Eu tinha 14 anos e não foi fácil”, desabafou Mônica Martelli.
Ao iniciar o relato, a atriz contextualiza que vem de uma época em que era normal ter uma “luta corporal” com os garotos. “Você beijava o menino, ele vinha com a mão no peito e você tirava a mão no peito. Vinha com a mão na bunda e você tirava a mão da bunda… Então, você passava a noite beijando e nessa luta corporal e isso era normal”, iniciou.
“A primeira transa foi assim, essa luta corporal, mesmo eu sendo apaixonada pelo menino […] Quando eu entendi que estupro é simplesmente você não querer, se você fala não e ele forçar é estupro, eu falei: então eu fui estuprada. Porque eu não queria e foi essa luta corporal. Eu era apaixonada pelo cara, mas eu não queria. Não queria naquele dia, naquele lugar”, revelou.
Veja a entrevista:
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Ainda ao programa, ela conta que, até pouco tempo atrás, sua consciência sobre estupro se restringia a um cenário de “beco escuro, com um cara de capuz e uma faca”. Por isso, ela demorou a assimilar o que lhe tinha acontecido.
“[Eu tive consciência que fui estuprada] pouco tempo atrás, depois dessa tomada de consciência que a gente teve”, disse.
“Era natural esse tipo de comportamento, você entrar nessa luta corporal com os caras. A gente nem comentava sobre isso porque era um comportamento naturalizado. Então, depois de toda essa discussão, eu pensei ‘eu não queria mesmo aquilo ali, eu lutei muito’, então eu fui estuprada”, relembrou.
O que é estupro?
Algumas pessoas ainda têm dúvida sobre o atos que podem, de alguma forma, tipificar o crime de estupro. Recentemente, o Metrópoles detalhou, em uma matéria que pode ser lida neste link, que o ato não envolve apenas penetração.
“Qualquer prática que tenha punho de lascividade (caráter sexual) e com o intuito de satisfazer o desejo da pessoa que está cometendo o ato é considerado libidinoso. Portanto, um beijo mais lascivo ou um toque nas regiões íntimas do corpo, por exemplo, pode, sim, ser um tipo de estupro”, explica Jéssica Marques, especialista em direito penal da Kolbe Advogados Associados.
Ou seja, práticas como sexo oral, toques íntimos, forçar que a vítima masturbe o criminoso ou masturbá-la sem consentimento e um beijo forçado podem ser tipificadas como crime de estupro.
Em caso de estupro, a vítima pode ligar para o Disque 100 ou Disque 180, canais especializados no atendimento à mulher vítima de violência. Outros canais como o Me Too Brasil e as Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAM) também são indicadas para ouvirem o relato e tomarem as devidas providências caso seja de desejo da vítima.