Iniciou nesta terça-feira (24), o julgamento do policial federal Victor Campelo, acusado de matar o estudante Rafael Frota, em julho de 2016, na boate Se7 Club, em Rio Branco. Na Cidade da Justiça, os jurados vão ouvir as informações das cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público do Acre e dez testemunhas de defesa.
Em entrevista ao ContilNet, o advogado de defesa de Victor Campelo, Wellington Moura, acredita que o réu será absolvido da acusação de homicídio. “Ele nunca mudou a sua versão, nunca alterou em nada, então a verdade prevalecerá. Nós acreditamos na verdade. Acreditamos na justiça e acreditamos na soberania do Tribunal do Júri com relação à consciência que ele tem”, diz.
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Os advogados apresentaram a tese de legítima defesa, tanto com relação ao estudante Rafael Frota, quanto ao Nelcioney Patrício, que também foi atingido com um tiro naquela madrugada, durante uma briga na casa noturna em que estavam.
“Ele tentou acertar o Nelcioney, vulgo Maceta, e ao errar o tiro, a execução ou disparo, acabou atingindo a pessoa do Rafael. Então o Victor é tão vítima quanto Rafael nessa situação. Vítima de pessoas violentas, que na nossa cidade iam para festas para fazer balbúrdias, violências e agredir pessoas inocentes. O Rafael não se encontrava na briga e o Victor, desde o primeiro momento, lamenta muito esse fatídico evento que é a morte desse rapaz jovem inocente, mas infelizmente foi um enredo triste de um fato”, diz o advogado.
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O advogado de defesa diz ainda que o alvo era Nelcioney Patrício. “Foi a pessoa que o laudo, prova pericial e delegado de polícia, que concluiu pelo descondicionamento do Victor e pelo indiciamento do Nelcioney. Nós temos que lembrar que ele, inclusive, respondeu um processo e foi beneficiado pela suspensão condicional do processo”, explica.
O júri popular segue acontecendo durante toda esta terça-feira (23) e pode se estender até essa quarta-feira (25). Havendo a previsão de que a sentença seja prolatada até dia 27 de janeiro de 2023, segundo o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC).
Wellington Moura explica também que os policiais não possuem impedimento legal para ir às casas noturnas com armas de fogo. “Pela lei que rege o estatuto do armamento, em nenhum momento fala que a pessoa é impedida de entrar em show ou eventos armados, ao contrário, o policial federal ou militar é um garantidor. Em uma casa de show armado, ele é mais um agente que está para repelir uma injusta agressão, tanto a si mesmo ou contra outra pessoa”.