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Celebrado em Xapuri, São Sebastião é também cultuado como protetor da causa LGBTQIAP+

Por TIÃO MAIA, PARA O CONTILNET

A festa acontece anualemente no dia 20 de janeiro/ Foto: ContilNet

Sebastião, o santo guerreiro que vem ser padroeiro de cidades brasileiras como o Rio de Janeiro, no estado fluminense do mesmo nome, e de Xapuri, no Acre, além de várias outras cidades ao redor do mundo e que é celebrado neste 20 de janeiro, data de sua morte, no ano de 288 d. de Cristo, nasceu na França, no dia 12 de março de 256.

Originário da província francesa de Narbonne e cidadão de Milão, morreu como mártir e santo cristão durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável, que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima, segundo publicações como a do Portal do Cristianismo.

Com expectativa de público de 20 mil pessoas, Xapuri volta a realizar a  procissão de São Sebastião – Jornal A Gazeta do Acre

Com expectativa de público de 20 mil pessoas, Xapuri volta a realizar a procissão de São Sebastião/Foto: Reprodução

A comunidade LGBTQIAP+, grupo de pessoas que representa diferentes indivíduos fora das normas binárias de gênero e sexualidade, reunindo lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e assexuais, historicamente marginalizados e excluídos da representatividade social, vêem no santo um protetor de suas causas. É que Sebastião, no Império Romano, teria vida dupla, como guarda pretoriano e praticante de vida sexual com homens.

Sebastião teria chegado a Roma através de caravanas de migração lenta pelas costas do Mar Mediterrâneo, que na época eram muito abundantes por causa do mar mediterrâneo e o Saara e os dias não tão quentes por causa da latitude em torno de 40°. De acordo com Actos apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal, a Guarda Pretoriana.

Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado em um rio, porém, Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que ele fosse espancado até a morte. Seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana, cujo dia é comemorado a 30 de Junho) resgatou seu corpo, limpou-o, e sepultou-o nas catacumbas.

Existem inconsistências no relato da vida de São Sebastião: o édito que autorizava a perseguição sistemática dos cristãos pelo Império foi publicado apenas em 303 (depois da Era Comum), pelo que a data tradicional do martírio de São Sebastião parece precoce. O simbolismo na História, como no caso de Jonas, Noé e também de São Sebastião, é visto, muitas vezes, como alegoria, mito, fragmento de histórias, uma construção histórica que atravessou séculos.

O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval, surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias setas (flechas); três setas, uma em pala e duas em aspa, atadas por um fio, constituem o seu símbolo heráldico.

Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge na Baixa Idade Média, designadamente nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. Embora os seus martírios possam provocar algum ceticismo junto dos estudiosos atuais, certos detalhes são consistentes com atitudes de mártires cristãos seus contemporâneos.

Nas tradições de afro-brasileiras, a entidade Oxóssi na Umbanda é sincretizado como São Sebastião. Oxóssi é uma grande entidade das florestas e das relações entre o reino animal e vegetal. Grande caçador, comumente é representado nas florestas caçando com seu arco e flecha.

São Sebastião no folclore, na literatura, no cinema, na música e nas artes

Na Igreja Católica Romana, a celebração de São Sebastião é memória facultativa em 20 de janeiro. No catolicismo, Sebastião é o santo padroeiro dos arqueiros, fabricantes de broches, atletas e de uma morte sagrada.

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