O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade publicou mais uma convocação de aprovados no concurso ICMBio, realizado entre 2021 e 2022. A lista inclui sete técnicos ambientais para atuar nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.
A relação completa com os convocados, os documentos necessários para apresentação e exames de admissão podem ser lidos aqui .
Os novos servidores atuarão nos Núcleos de Gestão Integrada (NGI) Alto Tarauacá-Santa Rosa do Purus, no Acre; Reserva Biológica do Abufari, no Amazonas; NGI Trombetas, no Pará; NGI Porto Velho, Base Avançada Porto Velho e NGI Guajará-Mirim, em Rondônia.
Eles terão até o dia 22 de fevereiro para tomar posse e, depois desta, 15 dias para entrada em exercício.
O concurso ICMBio teve edital publicado em novembro de 2021. A oferta foi de 171 vagas imediatas para as carreiras de técnico e analista.
No caso de técnico ambiental, o requisito foi ter apenas o ensino médio completo. Já para analista ambiental foi exigido nível superior. As remunerações iniciais são de R$4.063,34 e R$8.547,64, respectivamente, já incluindo o auxílio-alimentação de R$458.
Os contratados ainda farão jus a gratificações. A jornada de trabalho será de 40 horas semanais e as contratações serão feitas sob o regime estatutário, que assegura a estabilidade empregatícia.
As oportunidades do concurso estavam distribuídas por diferentes lotações. Veja na tabela abaixo:
Cargo | Localidade das vagas | Total de vagas |
Técnico ambiental | Acre | 9 |
Amapá | 8 | |
Amazonas | 22 | |
Maranhão | 5 | |
Pará | 44 | |
Rondônia | 22 | |
Analista ambiental | Acre | 5 |
Amapá | 4 | |
Amazonas | 12 | |
Maranhão | 3 | |
Pará | 25 | |
Rondônia | 12 |
Concurso ICMBio fica válido até junho de 2024
O resultado final do concurso para o ICMBio foi homologado em junho de 2022. A partir disso, a seleção está válida por dois anos, até 2024.
Em caso de necessidade, o órgão poderá prorrogar a validade por mais dois anos. Enquanto o resultado final estiver válido, o ICMBio poderá convocar aprovados para suprir a necessidade de novos servidores.
As provas do concurso foram realizadas no dia 6 de fevereiro do ano passado. Na parte objetiva, foram exigidas 120 questões para técnico ambiental, sendo 50 de Conhecimentos Básicos e 70 de Conhecimentos Específicos.
Para analista ambiental, os exames foram compostos por 100 questões, sendo 40 de Conhecimentos Básicos e 60 de Conhecimentos Específicos.
Enquanto no exame discursivo a cobrança foi diferente a depender do cargo:
► Técnico: uma redação de texto dissertativo, de até 30 linhas, a respeito de tema relacionado ao meio ambiente e à Amazônia.
► Analista: uma redação de texto dissertativo de até 45 linhas, abordando uma situação-problema a respeito de temas relacionados aos conhecimentos específicos constantes do item 13 deste edital e relacionados à Amazônia.
Relatório cita falta de pessoal no Ibama e ICMBio
No início de janeiro de 2023, o Gabinete de Transição Presidencial entregou seu relatório final, com um panorama do Governo Federal dos últimos quatro anos. No texto, é reconhecida a falta de servidores nos órgãos ligados ao Meio Ambiente.
O relatório aponta um desmonte das políticas ambientais, com a escassez de recursos para o setor e a falta de pessoal e de gestão competente.
A equipe de transição apurou que há 2.103 cargos vagos atualmente no quadro de servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), SFB (Serviço Florestal Brasileiro) e MMA (Ministério do Meio Ambiente).
“Enquanto o IBAMA tinha 1.800 servidores atuando na fiscalização ambiental em 2008, agora são apenas cerca de 700, nem todos em campo”, consta no relatório, ao qual Folha Dirigida teve acesso.
“Houve efetivo aparelhamento e ocupação de cargos gerenciais e de direção sem capacidade técnica e política de atuação na área de proteção e gestão ambiental. São contundentes os casos de perseguição e assédio aos servidores dos órgãos”, completa o texto.
Segundo o relatório final, as taxas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado atingiram picos nunca vistos há 15 anos.
“Houve aumento de 60% do desmatamento na Amazônia durante o governo Bolsonaro, a maior alta percentual que já ocorreu em um mandato presidencial, desde o início das medições por satélite, em 1988”.
Frente a esse cenário, o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, deve priorizar a área ambiental e a recomposição de seu efetivo. “Nosso desafio é o da reconstrução do desmonte das instituições e o reencontro do País com seu futuro como potência ambiental”, diz o relatório.
Ainda não há informações sobre autorizações para novos concursos públicos para órgãos ligados ao Meio Ambiente.