Terroristas de Brasília confessam que foram financiados por ‘gente do Agro’

Ouvidos durante a manhã desta segunda-feira (9) em sede da polícia especializada na sede da Polícia Civil em Brasília, boa parte dos bolsonaristas presos durante a madrugada pelos atos de terrorismo na Capital da República admitiram que foram financiados para realizar os atos golpistas de domingo.

Pelo menos trinta dos 204 autuados no fim de semana afirmaram que receberam financiamento de “gente do agro”, revelou nesta manhã o jornalismo da TV Globo.

A polícia tenta determinar quem são as pessoas ligadas ao agronegócio responsáveis pelo financiamento.

Os depoimentos dão conta de que estes vândalos, de diversos estados, tiveram disponibilizados transporte, alimentação e todas as facilidades necessárias para comparecer aos atos antidemocráticos do fim de semana.

Ainda de acordo com a reportagem da TV Globo, a Polícia Civil do Distrito Federal agora trabalha para tentar determinar quem seriam essas pessoas ligadas ao setor do agronegócio responsáveis pelo financiamento do ataque.

Nos ataques de domingo, sedes de órgãos como o Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional foram depredados pelos vândalos em um ataque sem precedentes à democracia. Foram registrados alguns confrontos com a polícia, mas a atuação da corporação, no geral, foi bastante criticada por se mostrar conivente com os atos de vandalismo dos manifestantes.

Por volta das 17 horas, seguranças conseguiram retomar o prédio do STF e expulsar os invasores, que, no entanto, seguiram nas proximidades da Praça dos Três Poderes.
Somente durante a noite os prédios públicos foram totalmente retomados pelas forças policiais. Congressistas tiveram acesso aos locais e divulgaram vídeos com o estrago feito pela depredação dos golpistas.

Até o fim da noite de domingo, cerca de 300 pessoas haviam sido presas pelos atos de vandalismo. Diante do ocorrido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em Araraquara, no interior de São Paulo, em que determinou a intervenção federal na área de Segurança Pública do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro.

O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), que, por sua vez, teve o afastamento do cargo determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em decreto válido por 90 dias.

Em vídeo, Ibaneis desculpou-se com Lula, a presidente do STF, Rosa Weber, e os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD). “São verdadeiros vândalos. Verdadeiros terroristas que terão de mim todo o efetivo combate para que sejam punidos”.

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