O uso de inteligência artificial faz parte de um projeto de mestrado de Geovânio Katukina na UnB, que vem usando a tecnologia para identificar feições na floresta em imagens de satélites. As feições são características da mata, visíveis do espaço. O sistema criado por Katukina ainda não foi batizado, mas já foi possível identificar indícios da existência de povos desconhecidos no Acre.
Além do Acre, Amazonas e Roraima também receberam essa descoberta. O uso de inteligência artificial pode também destravar o processo de demarcação de terras de um povo indígena que, desde 1988, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) tenta confirmar a existência no Mato Grosso.
Para rastrear a existência de povos, o computador é ensinado, a partir de um banco de imagens, a identificar feições típicas de uma ocupação indígena em meio à floresta, como tapiris (palhoças) ou capoeiras (roças).
Foi dessa forma que o robô conseguiu encontrar sinais de um tapiri na região do Parque Juruena, no norte do Mato Grosso, onde há mais de 30 anos a Funai investiga a existência de um povo nunca contatado. A defesa da tese de mestrado acontecerá em fevereiro e, pelo menos por enquanto, não há nenhum acordo para que ela seja utilizada formalmente pela Funai, segundo o jornal Folha de S. Paulo.