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Mensagens compartilhadas em grupos bolsonaristas falam em “hora de sujar mãos de sangue”

Por CNN BRASIL

Vista do acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, nesta quarta-feira, 28 de dezembro - 28/12/2022 WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro têm aumentado o tom das ameaças contra o atual governo, do presidente Lula, e alguns membros de grupos de Telegram chegam a falar em “hora de sujar as mãos de sangue”. As mensagens têm sido compartilhadas desde o último dia 1º, data da posse do presidente eleito em outubro passado. Grupos planejam ato coordenado em Brasília no próximo fim de semana (7 e 8 de janeiro).

Algumas mensagens são menos diretas e trazem falas como “as coisas não vão ser mais tão bonitas”. Outra recomendação nos grupos, é para que apenas os manifestantes homens estejam presentes e para que deixem de levar mulheres, crianças e idosos.

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Nos últimos dias, apoiadores compartilharam instruções para fabricação caseira de máscaras de proteção contra o gás-lacrimogêneo, que é comumente empregado por forças de segurança para dispersão de manifestações. Uma mulher inclusive seguiu as instruções e postou o resultado de sua máscara pronta.

Além disso, circula uma mensagem em vídeo, que pede o bloqueio de postos de gasolina, caminhões de transporte de combustíveis e de alimentos. O objetivo, seria criar uma situação de emergência que forçaria uma ação dos militares das forças armadas.

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Há ainda a organização de caravanas de ônibus, previstas para partirem de diversas cidades do país na sexta-feira, dia 6, em direção à Brasília. Os manifestantes planejam intensificar as manifestações na capital do país, mais especificamente na praça dos três poderes.

Divergências e acusações

Apesar do tom mais belicoso de alguns membros dos grupos, há pessoas nas mesmas redes que pedem que as manifestações sejam pacíficas e que aconteçam apenas no fim de semana.

Outra manifestação que tem se tornado mais comum, é a troca de acusações de que um membro ou outro é um “esquerdista” infiltrado querendo “derrubar o moral” dos grupos.

As acusações acontecem quando se compartilham vídeos das ações criminosas que aconteceram no dia 12 de dezembro e quando alguém critica o ex-presidente ou seus aliados.

Para alguns membros dos grupos, o ex-presidente Bolsonaro, seus ex-ministros e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão teriam abandonado o “povo patriota” e pedem o fim das mobilizações. Essas mensagens são as mais atacadas como sendo de “infiltrados”.

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