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Bolsonaristas continuam acampados no 4° BIS, em Rio Branco: “Só vamos sair quando Deus quiser”

Por TIÃO MAIA, PARA O CONTILNET

“Só vamos sair, quando Deus quiser”, disse ao ContilNet, na tarde de terça-feira (3), em Rio Branco um homem que se identificou apenas como João, de estatura baixa, loiro, cabelos grisalhos e que parecia falar pelo restante do grupo, no acampamento de bolsonaristas que continuam a insistir com o Exército para que haja um golpe militar no país.

Embora menor que no começo das manifestações, assim que foi encerrado o segundo turno das eleições com a informação de que o petista Luiz Inácio Lula da Silva havia vencido Jair Bolsonaro, os seguidores do ex-presidente, os chamados bolsonaristas, permanecem no acampamento num terreno da Rua Colômbia, bairro do Bosque, na frente do quartel do comando do 4º Batalhão de Infantaria e Selva, em Rio Branco.

Quatro dias após a posse do novo presidente, que eles não queriam vê-lo subir a rampa do Palácio do Planalto, os bolsonaristas acreanos permanecem no local. O acampamento agora é numa área cercada por ripas de madeira, num terreno que outrora parecia abandonado e que agora serve como ponto de encontro para homens e mulheres descontentes com o resultado da eleição que baniu o bolsonarismo do poder.

Naquele acampamento, visitantes que não sejam bolsonaristas não são bem-vindos, principalmente se for da imprensa. Quando o repórter do ContilNet esteve no local, chovia naquela tarde de terça-feira e todos se abrigavam sob uma tenda. Pareciam ter comido no local, já que, sobre as mesas, ainda haviam marmitas com restos de comida e garrafas de refrigerantes abertas. Conversas com estranhos, nenhuma. O repórter foi convidado a se retirar do local sob o argumento de que estava numa propriedade privada.

Mesmo com a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro e parte de seus familiares para os Estados Unidos, muitos dos acampados acreditam que algo ainda vai acontecer e que os militares vão tomar o poder. Pelo menos é o que ainda pedem em suas faixas.

Os bolsonaristas resistem nesse tipo de manifestação, embora sem a mesma força do começo, na frente de vários quarteis pelo país a fora.     

Nesta quarta-feira (3), em Brasília, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a questão dos acampamentos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser resolvida até o fim desta semana. Dino disse não esperar que haja resistência dos acampados, que não aceitam o resultado das eleições de 2022.

“A condução que eu tenho com o (ministro da Defesa, José) Múcio é de que estará resolvido até sexta”, disse ele na saída da cerimônia de transmissão de cargo ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

“Não vai haver resistência”, disse, emendando que a questão será resolvida mesmo se houver. Dino afirmou ainda que a Justiça fará reuniões com Estados da Regional Amazônica para tratar do policiamento à região, já a partir deste mês. “Vamos fazer projetos para a ação da Polícia Federal em conjunto com as polícias estaduais”, comentou.

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