O maior ídolo da história do Vasco da Gama e um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro, Roberto Dinamite morreu na manhã deste domingo (8/1).
O craque lutava contra um câncer de intestino descoberto em 2021. Ele estava fazendo quimioterapia e passou por procedimentos cirúrgicos no tratamento, mas não resistiu.
Histórico, marcante, ídolo. O “menino Dinamite”, como foi apelidado ainda jovem quando chegou ao Vasco, se tornou o maior nome da história de um dos maiores clubes do futebol brasileiro.
Carioca de Duque de Caxias, o atacante que batia bem na bola com as duas pernas, foi um dos melhores jogadores brasileiros a habitar a grande área.
De habilidade ímpar e faro incontestável para balançar o barbante, Dinamite foi um dos atacantes mais letais da história do futebol brasileiro e um jogador eterno na memória do torcedor vascaíno.
O principal fator que fez dele um gigante para o clube, foram os números impressionantes que alcançou.
Maior artilheiro da história do time, com 702 gols anotados, jogador que mais vezes vestiu a camisa do time, 1.110 vezes. Ele foi peça essencial na conquista do Campeonato Brasileiro de 1974, o primeiro da história do clube.
Ele também foi protagonista em cinco campeonatos cariocas em que o time se sagrou campeão: 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992. Este último, em um dos derradeiros jogos da carreira aos 38 anos, já eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro.
Os feitos são tão importantes que renderam a ele uma estátua no Estádio de São Januário, onde o Vasco é mandante.
Colecionador de recordes
De recordes, o Dina, como era apelidado por torcedores e amigos, entendia. Além dos inalcançáveis números pelo Vasco da Gama, ainda é o maior artilheiros dos campeonatos brasileiros, com 190 gols; do campeonato carioca, com 284 gols; do Estádio de São Januário, com 184 gols; e dos clássicos com os outros três times cariocas, com 88 tentos anotados. Sendo desses, 36 contra o Fluminense, 27 contra o Flamengo e 25 contra o Botafogo.
Fora das quatro linhas, estreou na carreira política em 1992, como verador. Em 1994, tornou-se deputado estadual, cargo para o qual foi reeleito três vezes. Largou a política nacional para assumir a presidência do Vasco em 2008. O ídolo permaneceu no comando do clube até 2013. Em dois mandatos, viveu altos e baixos e duas primeiras vezes. Era ele o presidente no primeiro rebaixamento do Clube em 2008, mas também estava no cargo quando o Vasco venceu pela primeira vez a Copa do Brasil em 2011. Ele deixou o poder de forma conturbada, em 2013, com outro rebaixamento.
Mesmo com problemas com Eurico Miranda, presidente histórico do Vasco, Roberto nunca deixou de lado o time pelo qual marcou gerações. Ele era vascaíno, acompanhava os jogos, vibrava com os gols e se emocionava com as grandes conquistas. O ídolo se vai em um período de reestruturação do time, que se tornou clube-empresa e foi comprado pelo fundo de investimentos norte-americano 777. O Vasco volta à série A do Brasileirão após dois anos brigando na segunda divisão e trabalha para montar um elenco competitivo que, infelizmente, o maior ídolo não poderá assistir jogar.
É com o mais profundo pesar que o Vasco da Gama recebe a informação que o #MaiorDeTodos nos deixou neste domingo.
Carlos Roberto de Oliveira, o Dinamite, dedicou 29 dos seus 68 anos ao Clube, como atleta e Presidente.
Te amaremos para sempre, Calu.Descanse em paz 🖤 pic.twitter.com/kgXyAx1mql
— Vasco da Gama (@VascodaGama) January 8, 2023
Luta contra o câncer
Torcedores e seguidores do goleador esboçaram preocupação com o estado de saúde de Dinamite devido a vídeos que vinham sendo postados por familiares. O ex-jogador, que chegou a disputar as Copas do Mundo de 1978 e 1982, aparecia debilitado nas filmagens, magro e se movimentando pouco. Um dos que mais chamou atenção foi a gravação do ídolo chorando de emoção ao ver um bom jogo do Vasco contra o Náutico, em setembro de 2022.
Todo o processo da doença de Roberto Dinamite durou pouco mais de um ano. Ele perdeu mais de 20kg com a quimioterapia e ficou internado durante o mês de agosto do ano passado. A situação expirou preocupações de todos, inclusive Zico, ídolo do Flamengo, maior rival do clube pelo qual fez história, desejou melhoras para Dinamite após o jogo das estrelas.