Os nove bolsonaristas presos no Acre por atos antidemocráticos durante o acampamento na rua Colômbia, Bairro do Bosque, na frente do 4º Batalhão de Infantaria e Selva (4º BIS), em Rio Branco, devem ser visitados por agentes federais neste final de semana. Eles estão presos (cinco homens e três mulheres) no sistema penitenciário estadual, na penitenciária Francisco D’Oliveira Conde, e um, por ser militar da reserva do Exército, aquele que se dizia sósia do ex-presidente Jair Bolsonaro, no quartel do 4º BIS, e devem ser visitados na prisão por investigadores que querem conhecer as identidades de quem os financiava no acampamento.
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Os bolsonaristas acreanos, assim como os demais em vários pontos do país, permaneceram durante mais de 60 dias na frente do quartel. Comiam, bebiam e tinham regalias no acampamento como refrigerantes e água mineral cujos custos a Polícia Federal quer saber de onde vinham. “Churrasco é coisa cara. Era o que eles comiam diariamente e isso tem custo”, disse um dos críticos dos bolsonaristas cuja frase serve para ilustrar o significado das investigações da Polícia Federal em relação ao caso.
A investigação sobre quem financiava o funcionamento dos acampamentos, principalmente em relação à alimentação dos bolsonaristas, faz parte das determinações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à Polícia Federal, para que se descubra, enfim, quem patrocinava tudo isso. As investigações começaram a partir da logística descoberta no acampamento de Brasília, na frente do quartel general do Exército, considerado o inspirador dos demais acampamentos no Brasil. Ali, durante mais de dois meses os manifestantes contavam com estruturas que incluíam:
- Contêiner com caixa d’água para abastecer chuveiros;
- Caminhões-pipa enchiam as caixas d’água diariamente;
- Geradores garantiam energia elétrica;
- Barracas e tendas eram alugadas por empresários,
- Havia dezenas de banheiros químicos disponíveis.
- Alimentação variada, abundante e gratuita Chama especial atenção a estrutura de alimentação montada pela organização. Havia um restaurante e uma lanchonete à disposição dos militantes bolsonaristas.
QG dos acampados oferecia três refeições por dia; O café da manhã tinha frutas; O almoço sempre tinha arroz, feijão e duas opções de proteína, Havia dias com salada e legumes e outros. O acampamento em Rio Branco não era diferente em relação à alimentação, disseram vizinhos às instalações, como frequentadores do Bar e Restaurante dos Papudos. “Havia dias que a comida de lá era melhor que a daqui”, disse um dos frequentadores do Bar.
Em Brasília, de acordo com a Polícia Federal, haviam doações diárias, já que a produção de tantas refeições exigia uma cozinha completa e muitos ingredientes. Em Rio Branco, entre as mulheres presas está a cozinheira do acampamento e que agora a Polícia Federal quer saber quem a pagava.
Há imagens revelando que, no acampamento de Rio Branco, haviam doações diárias de pacotes com alimentos. Todas as manhãs, pessoas entregavam pacotes de alimentos e ali também foram disponibilizados panelas, pratos, talheres e gás. Havia fornecimento diário de materiais de higiene pessoal e doação de produtos de limpeza, cujas despesas a Polícia Federal quer saber quem as pagava.