Ponte
Desde as eleições do ano passado, que consagraram Lula (PT) como presidente da República pela terceira vez e elegeu uma bancada quase 100% bolsonarista no Acre, que o nome do senador Sérgio Petecão (PSD) vem sendo cogitado para que atue como uma espécie de interlocutor entre os governos Federal e estadual. O nome de Petecão foi sugerido para ser essa ponte até por petistas do Acre.
Portas abertas
Mesmo que Petecão ainda não esteja fazendo esse papel formalmente, o governo Lula já demonstra como será a tônica da sua relação com o senador: de portas abertas. Só ontem o senador visitou três ministros. “Hoje eu me reuni com o Wellington Dias [Desenvolvimento e Assistência Social], com o ministro Carlos Fávaro [Agricultura] e com Renan Filho [Transporte]. Foram reuniões muito proveitosas”, disse à coluna.
Casal 20
E as visitas não foram solitárias. A vice-prefeita de Rio Branco e esposa do senador, Marfisa Galvão (PSD), acompanhou Petecão na agenda com o ex-governador do Piauí, o ministro Wellington Dias (PT). É que a vice acumula também o cargo de secretária de Assistência Social da capital. “Na reunião no Ministério da Assistência Social a Marfisa foi junto, já que ela é secretária municipal na mesma área. Ela quis apresentar alguns projetos da Prefeitura de Rio Branco ao ministro”, informou.
Agricultura
Já na reunião com o senador licenciado e ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), que é seu correligionário, o assunto foi o Programa de Aquisição de Alimentos, o PAA. “Na Agricultura fui atrás de arrumar um recurso para garantir a compra dos pequenos produtores para distribuir nos abrigos e escolas. Essa ação também tem relação com a secretaria da Marfisa, a Assistência Social”, contou à coluna.
BR-364
No Transporte, o assunto não poderia ser outro, a recuperação da BR. “Já no Ministério do Transporte fui tratar sobre a situação da BR-364, e também a ponte de Rodrigues Alves, além da aplicação dos R$ 60 milhões que nós arrumamos para a recuperação da BR, que está em uma situação muito difícil”.
Bônus
Petecão aproveitou também a reunião com o ex-governador e senador licenciado de Alagoas, o ministro dos Transportes Renan Filho (MDB-AL), para tratar de uma outra questão, o Dnit. “Discuti também a situação do DNIT no estado”, confidenciou à coluna. Apesar de não ter deixado claro se essa situação que foi discutida sobre o Dnit é sobre recursos e estrutura do Departamento ou sobre a nomeação do diretor do órgão, aposto na segunda opção. O que se sabe até aqui é que o Dnit acreano tem sido motivo de disputa entre Petecão e o PT local.
Silêncio
Por falar em Marfisa, pra quem aposta na briga do PSD com Bocalom (PP) e em um possível rompimento da vice com o titular, pode estar enganado sobre o fim dessa história. A vice-Prefeita de Rio Branco, que é filiada ao PSD, tem adotado o silêncio diante desse suposto distanciamento do seu partido com Bocalom. E em alguns casos, o silêncio é ouro. Marfisa, que foi eleita junto com Bocalom, vem cumprindo seu papel normalmente, sem deixar se abalar com fatores externos.
Boa relação
Fontes apontam que a relação de Marfisa e Bocalom é muito boa. Falam pouco sobre política e muito sobre a gestão de Rio Branco. A Secretaria de Assistência Social, administrada pela vice-prefeita, tem tido um desempenho acima da média. Abriram o restaurante popular com um longo período de gratuidade, instituíram bolsas para famílias acolhedoras, e tem uma excelente relação com os órgãos de garantia de direitos, como o TJ, MP e outros.
2024
Se Bocalom vai poder contar novamente com o apoio do PSD na próxima eleição, ainda é uma incógnita. Mas Marfisa deve permanecer ao lado do chefe do Executivo municipal até o fim do mandato. A decisão do PSD apoiar ou não a reeleição de Bocalom passa prioritariamente por Marfisa, Petecão e pelo próximo presidente municipal da legenda.
IRPF
Depois da polêmica envolvendo a declaração do Imposto de Renda, em que quem ganha a partir de um salário mínimo e meio vai precisar prestar as contas com o Leão a partir deste ano, o presidente Lula (PT) já trabalha para mudar esse quadro a partir do ano que vem. Sem poder mudar a tabela deste ano, que foi definida ainda no governo anterior, Lula quer que a partir de 2023 só precise declarar o IRPF quem ganhar acima de R$ 5 mil.