A primeira grande queda de braço entre a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, a acreana Marina Silva, e a poderosa bancada que defende o agronegócio no Congresso Nacional, estará relacionada ao projeto de lei que muda as regras para aprovação de defensivos agrícolas. O projeto é chamado por ambientalistas como o “PL do veneno”.
Antes mesmo de se eleger deputada federal pelo Rede Sustentabilidade de São Paulo, Marina Silva era opositora da proposta, aprovado pela Câmara dos Deputados em fevereiro de 2022 e que agora aguarda para ser votado pelos senadores no plenário do Senado. Interlocutores do agronegócio têm informado que o novo ministro da Agricultura, Carlos Favaro, deverá apoiar a proposta, apesar da oposição e Marina Silva. A posta é que Favaro buscará o apoio da colega ministra propondo algumas mudanças na versão original do projeto aprovado pela Câmara.
Favaro decidiu promover ao cargo de secretário do ministério um diretor da gestão Jair Bolsonaro que é defensor do “PL do Veneno”. O atual diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do ministério, Carlos Goulart será nomeado como secretário de Defesa Agropecuária da pasta.
Lideranças ambientalistas reconhecem que não será possível evitar a aprovação do projeto pelo Congresso Nacional, mesmo com um governo mais progressista no Palácio do Planalto. A melhor estratégia, dizem essas lideranças, será o governo entrar na discussão e tentar acordar um novo texto entre ambientalistas e agropecuaristas.
Entre as mudanças que seriam supostamente aceita por ambientalistas e agropecuaristas, está a prioridade na fila para aprovações de defensores agrícolas menos danosos ao meio ambiente.