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Sexta-feira 13: acreanos resgatam superstições, e dirigente do PT diz que número é sorte

Por TIÃO MAIA, PARA O CONTILNET

Registrado pelo menos uma vez por ano no calendário ocidental, o Gregoriano, as sextas-feiras 13, como a de hoje, são objetos de temor ou de no mínimo superstição por parte de muita gente, mesmo sendo o Brasil um dos maiores países católicos do mundo e com quase metade de sua população professando a região evangélica. 

A sexta-feira 13 está associada a um dia de azar, quando os supersticiosos evitam passar debaixo de escadas, encontro com animais domésticos de cor preta – gatos, principalmente – e mudar de domicílio nesta data. Quebrar espelho? Nem pensar!

Não por acaso o nome do filme em que Freddy Krueger é o papel da série de filmes A Hora do Pesadelo, com sua indefectível motosserra, tem seu nome associado à sexta-feira 13.

O temor é ainda maior quando a sexta-feira 13 cai em agosto, considerado no Brasil um mês de azar, no qual, não por acaso marca a data do suicídio do então presidente Getúlio Vargas, em 1954. Foi também em agosto de 1961 que o então presidente Jânio Quadros renunciou ao cargo e mergulhou o país na crise política que resultaria na ditadura militar mais sangrenta da história do país.

O fato de, em 2023,  a data ter chegado em janeiro, no começo do ano, já é visto por muitos que acreditam na negatividade do dia como algo menos ruim. “Eu ia pescar hoje com a minha colega. Quando lembrei que era sexta-feira 13, eu disse: vou não,  amiga. É perigoso. Eu tenho medo de cobra”, disse a servidora pública Raimunda Castro Martins, do serviço de acolhimento da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Sobral, em Rio Branco. “Ainda bem que não este ano não caiu em agosto”, acrescentou. 

“Se fosse em agosto, nesse eu dia eu não sairia nem de casa”, diz Geilane Almeida, estudante de Direito e de Pedagogia, que, no entanto, acredita na força da data como dia de azar. Natural de Cruzeiro do Sul, como a grande maioria das pessoas do interior do Estado, é comum, para a estudante, atenção ao calendário e às superstições. 

Morando na Capital, à medida que foi obtendo conhecimento, a estudante foi perdendo aos poucos o medo do azar. “Hoje, para mim, é um dia normal. Nem estava lembrando que seria uma sexta-feira 13”, disse. 

Dirigente político local do PT, partido registrado na Justiça Eleitoral sob o número 13, o ativista Cesário Braga entende que a sexta-feira 13 nada tem de azar. “Para nós, do PT,  número 13 está associado à sorte. Foi sob esse número que conquistamos quatro mandatos para a presidência da República e chegamos ao governo do Acre cinco vezes e outras quatro para a Prefeitura de Rio Branco”, disse. 

“Não foi apenas sorte. Foi também à custa de muito trabalho e dedicação às causas do nosso povo”, discursou.    

O governador do Estado, Gladson Cameli, é outro político que, apesar de ter consciência quanto à superstição em relação à data, não dá vazão a sentimentos negativos em relação à data. Temente a Deus e também natural de Cruzeiro do Sul, uma cidade fortemente marcada pela religiosidade de seu povo, Gladson Cameli é um político que sempre encerra seus discursos em eventos e mesmo em conversas com amigos com a  frase “se Deus quiser” e “Se Deus não quiser, ele não faz”, o que denota sua descrenças em misticismos. “Mas ele também se auto-intitula “intuitivo”, ou seja, tem um sexto sentido”, revela a secretária de Estado de Comunicação, Nayara Lessa, sobre o chefe.

Embora não haja evidências físicas quanto à fatalidades ocasionadas nesta data ou de comprovações de que coisas ruins aconteçam por se tratar de uma sexta-feira 13, o tempo vem registrando que muitas coisas mudam neste dia: os preços das passagens aéreas despencam, líderes tendem a desmarcar reuniões importantes.

Mas, afinal de contas, o que a sexta-feira 13 significa? Há diversas teorias que explicam como ela surgiu. Algumas delas, inclusive, a relacionam à sorte. Na Igreja Católica, de cultura ocidental, tanto o número 13 quanto a sexta-feira são associados ao azar por causa da morte de Jesus Cristo. Isso porque sua última ceia aconteceu em uma quinta-feira, um dia antes da crucificação, com seus 12 discípulos, totalizando 13 pessoas na refeição. Porém, entre eles, estava Judas, discípulo traidor.

Já na Mitologia Grega, a história de origem nórdica,  conta que o deus Odin realizou um banquete com 12 divindades. Loki, deus da discórdia e do fogo, não teria sido convidado para reunião e, ao ficar sabendo, armou uma confusão que terminou na morte de um dos convidados. Assim, a superstição diz que um encontro com 13 pessoas sempre termina em tragédia. 

Outra teoria da mitologia envolve a deusa da fertilidade Frigga, esposa de Odin. A Igreja Católica teria “demonizado” Frigga para forçar a conversão dos bárbaros, que invadiram a Europa no início do período medieval. Por isso, ela se uniu ao demônio e 11 bruxas, e os 13 saíam toda sexta-feira para jogar pragas contra a humanidade.

De acordo com a História, a origem da sexta-feira 13 vem da monarquia francesa. O rei Felipe IV sentiu que seu poder estava ameaçado pela influência da Igreja no país.

Por isso, tentou filiar-se à ordem religiosa dos Cavaleiros Templários, mas foi recusado. Com raiva, o rei ordenou que perseguissem templários em uma sexta-feira, dia 13 de outubro de 1307.

Outro fato que veio bem depois, em 1907, reforçou tal superstição. Thomas Lawson, corretor de ações, publicou um livro chamado “Sexta-Feira 13”, que serviu de inspiração para o sucesso da franquia de filmes homônima nos anos 1980, protagonizada pelo serial killer Jason Voorhees, que atacava suas vítimas nesta mesma data.

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