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Tragédia dos Yanomami: ministra relembra casos no Acre e fala em demarcação de terras

Por Ton Lindoso, ContilNet

Foto de criança Yanomami desnutrida virou símbolo da tragédia humanitária vivida pelo povo - Divulgação

Após os mais recentes casos divulgados das Terras Yanomami, que enfrenta uma grave crise sanitária, novas informações estão vindo à tona. Dados obtidos pelo Correio Braziliense por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), apontam que a desnutrição matou 345 indígenas em quatro anos, quase 100 a mais do que nos quatro anos anteriores. Em 2021, foram 107 mortes entre indígenas — só pela desnutrição.

A ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara destacou a situação de vulnerabilidade de diversos povos e citou os casos dos povos arariboia e guajajara, no Maranhão, uru-eu-wau-wau, em Rondônia, karipuna, no Acre, e munduruku, no Pará.

“Tivemos seis anos de muita ausência do poder público. Ianomâmi é uma pontinha do iceberg […] Todas essas áreas [incluindo o Acre] estão com situação grave de madeireiro ou de garimpeiro e, com isso, [há] uma insegurança geral de saúde e alimentar”, disse.

Sônia anunciou que terras indígenas em oito estados brasileiros estão aptas para serem reconhecidas. Ao todo, 14 projetos estão prontos para homologação pelo governo federal, em territórios localizados no Ceará, Bahia, Paraíba, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Acre, Amazonas e Mato Grosso.

“Temos 14 processos identificados, que estão com os estudos prontos, concluídos, já têm a portaria declaratória. A gente espera que o presidente Lula possa assinar a homologação”, disse.

A demarcação foi retomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No fim do ano passado, durante a transição, o grupo de trabalho temático já havia incluído uma lista das 13 áreas aptas para reconhecimento como territórios indígenas. Ao todo, elas somam cerca de 1,5 milhão de hectares.

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