Ícone do site ContilNet Notícias

Anvisa proíbe venda e uso de pomada no Brasil por risco de cegueira; saiba mais

Por Tião Maia, ContilNet

Em comunicado emitido nesta sexta-feira (10) pela Resolução nº 475 e publicada no Diário Oficial da União (DOU), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a venda em qualquer de pomadas para modelar, trançar e fixar cabelos. Todas estão com a venda proibida como medida de segurança também para distribuição e exposição para a venda de todos os lotes de qualquer tipo destes cosméticos, no comércio em geral, farmácias ou em salões de beleza. O risco é de cegueira dos usuários em contato com a água.

De acordo com o comunicado, a interdição é temporária até que sejam realizados testes, análises e outras providências possíveis para concluir a investigação sobre caso de intoxicações registrados nos últimos dias.

A Anvisa informa ainda que as pomadas existentes nas residências ou em salões de beleza, que foram compradas antes da publicação da resolução, ou seja antes do dia 9 de fevereiro, também não devem ser usados, enquanto a medida estiver em vigor.

O alerta vem desde o mês de dezembro de 2022, quando do ano passado, quando a Anvisa alertou para o risco de cegueira temporária, provocada pelo uso de produtos para trançar e modelar cabelos comercializados em todo o país. A decisão de suspendera venda do produto no no país foi adotada pelo colegiado da Anvisa como prevenção de novos casos de intoxicação relacionados ao uso desse tipo de produto de várias marcas, em diferentes regiões do país.

De acordo com a Anvisa, os efeitos adversos observados apontam estão a perda temporária da visão, forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão e inchaço dos olhos, dores de cabeça e queda intensa de cabelo. As ocorrências se deram depois que os usuários que aplicaram as pomadas mergulharam no mar, piscina, tomaram banho de chuva ou transpiram. Nesses casos, a pomada escorre pelo rosto e entra em contato com os olhos.

A orientação da Anvisa para a proteção da população é que os consumidores não usem ou adquirirem essas pomadas. Se o uso for recente, os cabelos devem ser lavados com cuidado, com a cabeça inclinada para trás, para que o produto não escorra para os olhos. Em caso de contato acidental, os olhos devem ser lavados imediatamente com água em abundância. Se houver intoxicação, a orientação é que procurem o serviço de saúde mais próximo.

Em caso de efeitos indesejados, é possível informar a Anvisa por meio de um formulário online. A agência recomenda que, na hora de fazer o registro, a pessoa tenha em mãos os dados do rótulo do produto. O formulário preenchido será encaminhado a uma equipe técnica para análise das informações, seguida pela investigação e busca de evidências. Os dados do informante são mantidos sob sigilo.

Já os profissionais de saúde que realizarem atendimentos a pacientes com danos à saúde devido ao uso destas pomadas, devem notificar a Anvisa pelo site. A Anvisa reforça aos profissionais de salões de beleza e comércio em geral que os produtos não podem ser comercializados e adverte que estes não devem ser usados em nenhum cliente. A recomendação vale também para quem manuseia o produto.

Nos estados e municípios, as vigilâncias sanitárias locais devem fiscalizar e adotar as medidas necessárias para que estes produtos não circulem e não sejam comercializados, até uma possível mudança de orientação da Anvisa.

A Avisa advertiu também que, até o fim da interdição, estão suspensas também novas notificações para regularizar pomadas capilares. Na semana que vem, a Diretoria Colegiada da Anvisa deve realizar uma reunião técnica com o setor produtivo para discutir novos procedimentos necessários à regularização dos produtos, que deverão seguir regras específicas.

A agência e os órgãos de vigilância sanitária locais seguem investigando os casos, os produtos citados e as empresas fabricantes. A Anvisa não determinou o recolhimento das pomadas capilares investigadas, das prateleiras. No Rio de Janeiro, no entanto, o órgão de vigilância municipal recolheu pomadas capilares em meados de janeiro.

Sair da versão mobile