Luiz Gonzaga na presidência da Aleac, Arthur Lira na Câmara e Rodrigo Pacheco no Senado. Esse foi o cenário que se desenhou na terça-feira (1º), com as eleições das mesas diretoras nas respectivas casas legislativas. Esse foi apenas o pontapé inicial dos trabalhos, que agora entram em outro patamar: a briga por mais espaços.
Em últimas legislaturas, o senador Sérgio Petecão (PSD) foi primeiro-secretário e membro titular da segunda comissão mais importante do Senado: a Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Agora, tem duas missões árduas pela frente: a briga por espaços federais no Acre e manter o protagonismo no Senado. Seu partido ampliou a participação, tendo hoje a maior bancada. Isso é bom e ruim: bom por motivos óbvios, e ruim porque chega gente nova para ocupar espaços.
De acordo com um insider ligado ao senador, começam a ganhar fôlego, após as eleições, as discussões sobre o jogo dos cargos federais. E duas das comissões que podem receber o senador popular são justamente as mais importantes: Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e Assuntos Sociais (CAS).
PT E PETECÃO
São as duas forças que devem ditar as regras no jogo dos cargos federais no Acre. A primeira por ser a legenda do presidente e a segunda por ter voto.
NA ALEAC…
Os dois deputados devem marcar presença. O competente Eduardo Ribeiro emplacou a terceira vice-presidência e deve ser figura presente na CCJ. Já Pablo Bregense deve brigar por um espaço nas comissões que discutem assuntos econômicos.
TADEU HASSEM
É um nome que se coloca à disposição para a Comissão de Orçamento e Finanças (COF). Tadeu é contador por vocação, e sua experiência bem sucedida na região do Alto Acre, junto com a força de seu partido nestas últimas eleições o cacifam para o posto.
PERDER HONRADO
“Sou apoiador do Rogério Marinho, perdemos. Mas eu acho que é melhor perder honrado do que vencer entregando sua alma ao diabo. Não tenho interesse em emendas [negociadas em troca de voto pelo governo] e cargos no Governo Lula. Vou trabalhar para fazer um grande mandato”. Do senador Alan Rick, que não deve figurar como coadjuvante no Senado.
MELHORES ESPAÇOS
Não tenho dúvidas de que o senador buscará os melhores espaços dentro da conjuntura desenhada, com grandes chances de ser o vice-líder do União Brasil na casa legislativa, fazendo dobradinha com o novo líder, Efraim Filho.
NÃO PLEITEEI NADA
Questionado pelo Blog sobre suas pretensões futuras, o senador Márcio Bittar crava: “Todos nós devemos integrar [as comissões]. Mas eu não tenho pleitos. Não pleiteei nada”. O caso de Márcio é curioso por uma série de motivos, que são assunto para uma noite inteira de conversa.
PRIMEIRO…
… O senador votou em Rodrigo Pacheco (PSD). Pela narrativa que essa eleição tomou, principalmente pela ala mais bolsonarista, era o bem contra o mal, a corrupção contra a conservação, a esquerda contra a direita. Só que, quando analisamos as pautas dos dois postulantes, não é bem assim.
SEMPRE VOTOU
Votando, Pacheco (que agora é presidente reeleito) esteve ao lado das pautas liberais. Ou seja, sempre votou na agenda tida como antiesquerdista. Assim como Marinho, que tem histórico no legislativo e no executivo. E esteve defendendo essa agenda sob os dois âmbitos.
… E SEGUNDO…
Não tenho nada contra Marinho, mas essa narrativa do salvador da Pátria em cima de seu nome, como sendo o único capaz de provocar um impeachment do ministro Alexandre de Morais, não é viável para a agenda do desenvolvimento. Ainda que o Senado tivesse 54 votos para pedir uma cassação como esta, esse tipo de ação causaria uma crise institucional gravíssima.
NARRATIVAS
Mais uma vez, uma eleição é guiada por narrativas criadas e não por agendas.
ENGRAÇADO
O engraçado é que a mesma narrativa, a do certo-errado, do bem-mal e esquerda-direita, não se aplica à reeleição de Arthur Lira, que uniu PT e PL numa mesma chapa. Alguém me explica?
NÃO DIALOGA
Passado todo esse imbróglio, uma coisa é certa: políticos como Márcio Bittar não fazem parte do Governo Federal. Não serão atendidos por Lula e nem querem. Mas esses políticos possuem uma obrigação com seus estados, isso é algo que deve ser fresco na memória de todo e qualquer parlamentar. Que não sejam submissos, mas que não fechem as portas do desenvolvimento.
BATE-REBATE
– “Com essa eleição do Pacheco, se brincar até o Ibama o Petecão toma da Marina” (…)
– (…) De um amigo jornalista!
– O senador ganha força, mas o PT, mesmo sem votos, permanece bem (…)
– (…) O santo do PT é forte, e tem um mandato de Presidente da República.
– No jogo da Câmara Federal, existe muita expectativa em torno do que a deputada Socorro Neri pleiteia. Ou não.
– As disputas políticas que atrasaram a nomeação de comandantes para diversas autarquias acabaram.
– Vejo como algo normal se Flaviano for reeleito à presidência do MDB acreano (…)
– (…) A única crítica que tenho ao MDB em termos de gestão é que o partido parece que funciona na base do loteamento. Cada um tem o seu pedaço. Tem o MDB da Capital, o MDB do Juruá, o do Alto Acre (…)
– (…) Mas isso não cai na conta de Flaviano. Lá fora, também é assim.
– Apesar dos trancos e barrancos, como em toda festividade, a posse dos deputados foi linda (…)
– (…) Registro as congratulações à toda equipe da Aleac, na pessoa do meu colega Edson Maragoni, o comandante da área de comunicação.