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Com 59 deputados e 10 senadores, UB está rachado entre apoio e oposição a Lula

Por Tião Maia, ContilNet

O União Brasil, apesar de ter aceitado três ministérios, não será base formal do governo petista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo revelou em Brasília o deputado Luciano Bivar (PE), presidente nacional da sigla.

A decisão, que deixa o partido praticamente rachado ao meio, tem a ver com senadores filiados à sigla, como Márcio Bittar e Alan Rick, da bancada do Acre. O Acre, aliás, é um dos poucos estados em que a grande maioria de seus deputados e senadores é filiada ao partido e que tem dois dos três senadores, todos de oposição ao Governo Lula.

“Eu serei oposição responsável e propositiva”, disse Alan Rick ao ContilNet. “A maioria dos deputados e senadores do União Brasil são oposição a Lula. O partido se manterá independente”, acrescentar.

Por independência, de acordo com o senador, deve se entender como respeito aos que são de oposição e os que apoiam o governo dentro da mesma sigla. “A gente não faz parte do governo Lula. Vamos votar com o governo o que for de interesse do Brasil”, ressaltou Bivar em entrevista à rede de TV CNN, revelando o antagonismo entre os quadros da sigla.

O deputado disse que há na legenda ainda muitos setores contrários a adesão mesmo com o recebimento dos ministérios. Parte do partido se rebelou internamente pelo veto do PT para que o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento, assumisse uma pasta. “Não vamos bater de frente com eles. Quando chegar no momento oportuno vamos debater isso internamente”, explica Bivar.

O presidente do União Brasil disse ter deixado essa posição claramente a Lula em reunião no dia 29 de janeiro. “Eu disse a ele que os ministérios oferecidos não significavam que seríamos base. Eu disse para não colocar isso na conta do partido. Ele aceitou”, revelou Bivar.

O União Brasil tem 59 deputados eleitos e deve ter dez senadores. Nos ministérios, estão Daniela de Souza Carneiro (“Daniela do Waguinho”) para o Turismo e Juscelino Filho para as Comunicações. Já Waldez Goés, que é do PDT, foi indicado pelo União Brasil, segundo Lula, e comanda a pasta de Integração Nacional.

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