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Conheça Rick, a primeira e única DJ travesti do Acre que vai tocar no Carnaval

Por Matheus Mello, ContilNet

DJ Rick. Foto: Arquivo pessoal

Conhecida nas noites de Rio Branco, a DJ Rick, de 24 anos, já ultrapassou divisas e tocou em várias cidades do Acre e até em outros estados. Ela virou referência e símbolo da resistência trans ao se tornar a primeira e única DJ travesti do Acre.

Em uma entrevista exclusiva ao ContilNet, Rick disse viver apenas da arte que faz e fala que vive a vida com preocupação, em um mundo cheio de preconceito e tabus a serem quebrados.

“Eu me sinto insegura, sabe? Saber que a expectativa de vida de uma travesti é até 35 anos me assusta um pouco, mas sigo firme, resistindo, lutando pra me tornar quem eu quero ser de verdade”, disse.

Foto: Arquivo pessoal

Ela fala que antes de se torna DJ, as maiores inspirações da carreira eram as divas da música pop. Após se encontrar na carreira, Rick disse que começou a se inspirar em outras travestis do mundo musical, que infelizmente ainda são minoria. “Hoje em dia me inspiro nas manas trans/travesti, tipo a Linn da Quebrada, Irmãs de Pau, Cais Niara, Aisha, Ella Nasser entre outras”.

Questionada sobre a importância e representativa que ela tem em relação à outras meninas trans, Rick se emociona. “Eu me sinto muito feliz, é muito bom ser reconhecida dentro da comunidade. Quero que elas saibam que elas são donas de si, e podem estar em todos os lugares”.

Foto: Arquivo pessoal

Começo da carreira

Há pouco mais de um ano tocando na noite, Rick falou que recebeu um convite de uma amiga para tocar pela primeira vez em uma festa pequena de Rio Branco.

“Foi a convite de uma amiga, Aisha da Silva que também é travesti, ela me ensinou tudo que sei hoje, a primeira vez que toquei foi num rolê cultural, poucas pessoas foram, mas eu não desanimei, logo em seguida surgiu o convite do Geh Alencar, daí foi uma festa incrível, tinha um público bom, eu estava super nervosa, mas deu certo, depois desse evento veio a pandemia, e eu pensei ” sera que é realmente isso que eu quero pra minha vida?” e sim! Era exatamente o que eu queria. Com o retorno das festas, veio o convite para tocar no Recanto, e outros lugares”, explicou.

Uma das maiores conquistas de Rick foi a possibilidade de abrir um show nacional, da cantora Luísa Sonza, em julho do ano passado. “Minha vida mudou literalmente, eu sou apaixonada pela minha profissão”, disse.

Foto: Arquivo pessoal

Carnaval

Rick foi convidada a tocar em várias festas de Carnaval. A Dj tem uma agenda repleta de compromissos durante os cinco dias de folia em Rio Branco. Porém, todos os eventos que Rick foi convidada, são festas privadas, não houve nenhum convite feito pelo Governo ou Prefeitura.

“Todo mundo sabe que artistas LGBTQIAP+só são procurados no mês da visibilidade trans ou semana da diversidade, no restante do ano cadê?”, questiona.

Confira os eventos que a DJ irá se apresentar nesse Carnaval:

Sábado 18/02 – Festa B House – Studio Beer
Segunda-feira 20/02 – Bloco da Diversidade – Recanto Beer
Terça-feira 21/02 -Bloco Los Padres – Recanto Beer

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