Em meio a uma adesão maciça de apoio de parlamentares em torno da iniciativa, o deputado coronel Ulysses(UB) propôs a criação da Frente em Defesa da BR-364. “ A 364 é o elo fundamental do Acre com o resto do Brasil”, lembrou o deputado. Único acesso com as 4 regiões do Estado , destacou o parlamentar, a BR-364 representa a principal garantia de ir e vir dos acreanos , “além de assegurar o transporte de mercadorias essenciais ,estimulando a agropecuária, serviços e servindo de força-motriz para a economia de todo o Acre”.
Em nível de Brasil, salientou o parlamentar, a rodovia é fundamental para a mobilidade e o escoamento da produção das regiões Centro-Oeste e Norte, figurando como uma das principais estradas do interior do Brasil, ”e responsável por enorme movimento migratório por atravessar nada menos de 6 estados brasileiros”.
O deputado enfatizou, no entanto, que apesar de toda a importância estratégica, parte do trajeto da BR-364 exige reparos constantes. Ele ponderou que em determinadas regiões ,principalmente no interior do Acre, a precariedade das condições de tráfego da BR-364 resulta até mesmo na interdição de trechos, o que leva a enormes prejuízos econômicos e dificuldade de mobilidade. “Por isto, o valor político de uma frente parlamentar para recuperação e manutenção da rodovia”, disse o parlamentar.
Requerimento de Informação
O deputado coronel Ulysses ingressou ainda com Requerimento junto à Mesa Diretora da Câmara solicitando informações ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se existe demanda ou previsão de investimentos do BNDES(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)em projetos e serviços de infraestrutura em países como Venezuela ,Cuba, Nicarágua ,Moçambique e Argentina.
Para o deputado, a entrada do BNDES em novos empreendimentos internacionais é polêmica, por conta de dívidas e calotes acumulados por estes países, “Alguns destes Estados estão sob regime ditatorial e isolados pela própria comunidade das nações”.
O deputado acrescentou que , de acordo com o próprio BNDES, Venezuela ,Moçambique e Cuba estão com pagamentos atrasados junto à Instituição num valor superior a US$ 1 bi acumulado até setembro de 2022. “ O problema , de acordo com economistas , está justamente na avaliação de risco dos empreendimentos nestes países”.
O parlamentar lembrou que até a economista Maria Silvia Marques, ex-presidente do BNDES, afirmou que o Brasil já pagou “preço alto” por usar o banco para financiar obras sem os devidos parâmetros e garantias.
Financiamento
O deputado coronel Ulysses criticou também a disposição do presidente da República, Luíz Inácio Lula da Silva, em financiar o gasoduto Nestor Kirchner (Argentina) com recursos da ordem de R$ 3,6 bilhões oriundos do BNDES. “Com este montante, a título ilustrativo, poderíamos construir 30 mil casas (a R$ 120 mil cada), mais de 2 mil unidades de saúde,2 mil escolas públicas ou ainda mais de 1.000 km de rodovias federais que o Brasil deixaria de ter( lembrando que hoje a BR-364 possui entre Rio Branco a Cruzeiro do Sul 650 km intrafegáveis).
São apenas alguns exemplos. Por isto mesmo, sou favorável à Proposta de Emenda Constitucional(PEC) que estabelece que todos os investimentos externos do BNDES e de qualquer banco oficial do Governo Federal terão que, obrigatoriamente, passar pelo aval do Congresso Nacional”, finalizou.