Uma decisão recente da juíza Kamylla Acioli Lins e Silva, da Vara Única Criminal da Comarca de Acrelândia, deu um novo desfecho para a Operação Boi de Ouro, que prendeu no último dia 10 de fevereio, 15 pessoas envolvidas em furto de cabeças de gado em seis municípios do Acre.
SAIBA MAIS: Quadrilha formada por advogado e empresários do agro é presa por furto de gados no Acre
Além da prisão, a equipe da Polícia Civil apreendeu 2 carros, 3 caminhões, 2 motos e 6 celulares. Entre os capturados está o advogado Ismael Tavares, alguns pecuaristas influentes e personalidades conhecidas do agronegócio no Acre.
A prisão de Ismael, que está detido no Batalhão de Operações Especiais (Bope), foi convertida de temporária para preventiva.
VEJA TAMBÉM: Advogado que foi alvo de operação sobre furto de gados segue preso; OAB se posiciona
Aldair Francisco Batista Campos, Paulo Sérgio Batista, Marcos Antônio Batista, Luiz Gustavo do Nascimento, Douglas Cristo Brizola, Rodrigo Belo da Silva, Paulo Ferreira da Silva, Francisco Pereira de Souza, André Luiz Batista Severino e Ronilson Alves Batista, que também receberam prisão temporária, passam para prisão preventiva.
Os investigados Diego Silva Macedo e Gilvane de Oliveira receberam liberdade provisória, no entanto, de acordo com decisão da juíza, Gilvane tem algumas restrições:
1. Proibição de ausentar-se da Comarca onde reside, por mais de oito dias sem prévia autorização judicial;
2. Não mudar de residência sem prévia autorização do Juízo;
3. Recolhimento domiciliar a partir das 19 horas, nos finais de semana e dias de folga, somente quanto ao investigado;
4. Comparecimento em juízo em todas as vezes que for solicitada a sua presença.
5. não se envolverem em ilícitos da espécie em que são investigados (furtos, receptação, lavagem de dinheiro etc);
6. Não se aproximar das pessoas do ramal, testemunhas, vítimas etc como intuito de constrangê-las ou mencionar os autos em apuração, por quais quer meios, ou seja, presencial ou virtualmente;
“No tocante as representações da autoridade policial por novas medidas cautelares, aguarde-se a manifestação do Ministério Público, devendo os autos retornarem conclusos urgentes”, pontua a magistrada.
“O grupo não pretende parar com suas ações”
“Nesse contexto, vislumbro com clareza que o grupo não pretende parar com suas ações, mesmo sabendo que estava ocorrendo a operação muitos se evadiram, outros passaram a movimentar bens, enquanto outro tanto ainda vem proferindo ameaças em desfavor das vítimas. Os crimes investigados são graves e os membros do grupo mostram-se ousados e frios, buscando incessantemente o lucro ilícito e a impunidade”, continua a juíza na decisão.
Milhares de cabeças de gado roubadas
A Polícia Civil informou que não tem como dar um número exato de quantas cabeças foram furtadas, por conta da dificuldade de encontrar os gados subtraídos. Segundo o delegado, a maior parte da carga era enviada para fronteira, o que inviabilizava a contagem. Porém, a equipe afirmou que pelo menos milhares de gados foram furtados.
Essa é a primeira etapa das investigações feitas pela equipe da Polícia Civil. De acordo com o delegado, a partir de agora, outras pessoas deverão ser presas ao decorrer das próximas fases.
O delegado de Rio Branco e do interior, Pedro Busolin, informou que foram realizados mais de 40 ordens judiciais cumpridas e que o foco da quadrilha era a divisa com o estado do Amazonas, onde boa parte do gado furtado era levado. “Foi um duro golpe aplicado a essas pessoas que vinham praticando esse tipo de crime”, disse.