A história abordada nesta edição da série “Os invisíveis” é do senhor José Ferreira que apesar de estar em situação de rua ama estar com os seus companheiros que estão nas mesmas circunstâncias, ele sente que ali são a sua família e se sente amado por isso.
Um lugar de destaque, que ao longo do tempo ganhou maiores proporções, está localizado exatamente na entrada do bairro Seis de Agosto e a famosa Caixa d’água da Seis. Ali, ficam jovens e idosos que fazem os uso de álcool e outras drogas.
O acreano José Ferreira de Oliveira, de 55 anos, relata que antes de iniciar o uso abusivo de álcool estudou apenas até a 5ª série, fazia trabalhos braçais, foi casado e teve dois filhos. O consumo de bebidas começou aos 12 anos. No decorrer de sua vida, o vício era moderado, mas depois tomou proporções diferentes.
Uma vez aceitou ir para uma casa de reabilitação, gostou da experiência, mas o vício pela bebida fez com que abandonasse o tratamento. Também tentou abandonar o vício por outras duas vezes, mas não conseguiu.
Hoje, tem uma boa relação com seus parentes, mas, para ele, o convívio com todos os seus amigos na rua o faz se sentir mais amado. “Às vezes visito meus parentes para ver se todos estão bem e volto para a entrada do bairro Seis de Agosto, para a minha comunidade, com todos os meus companheiros”, comenta.
José relata que nem todos os cidadãos o tratam bem. Alguns olham-no com preconceito por estar naquele local, já outros chegam, conversam e oferecem ajuda. “Fico feliz por existir pessoas assim, isso renova as minhas esperanças porque apesar de tudo ainda existem pessoas boas no mundo”, finaliza.