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‘Pablo Escobar brasileiro’ é ex-PM e queria colocar portos na rota do tráfico internacional

Por G1

Sérgio Roberto de Carvalho em imagem sem data — Foto: Reprodução/Fantástico

A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (14) uma operação que busca acabar com uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas que tentou utilizar os portos do Espírito Santo para enviar grande quantidade de cocaína para a Europa ocultada em pisos de mármore e granito.

Segundo a PF, a organização criminosa é considerada uma das maiores em atuação no Brasil, liderada pelo traficante Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido como o “Escobar brasileiro”, que também é considerado um dos maiores narcotraficantes do mundo em atividade.

O “Escobar brasileiro” é um ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul e já foi preso em 2020, mas pagou fiança e foi liberado.

Ele foi preso novamente no ano passado, na Hungria, numa parceria entre a Polícia Federal e a Polícia de Portugal, e é investigado em vários países pelo envio de toneladas de cocaína a partir de portos brasileiros, em especial, o de Santos e Paranaguá e tentava colocar o Espírito Santo como alternativa para esses embarques.

A investigação contra o ex-major teve início no mês de outubro do ano de 2021, quando a Polícia Civil apreendeu 350 quilos de cocaína que eram descarregados de um caminhão e que seriam, na sequência, ocultados numa carga de chapas de granito e exportados para a Europa.

Seis meses depois, a PF encontrou 892 kg da mesma droga em sacas de café, na cidade de Santos (SP). As duas ocorrências, segundo as investigações, foram comandadas diretamente por ele e tinham a Europa como próximo destino para os entorpecentes.

“O major Carvalho é considerado o maior narcotraficante da atualidade. Na época dessas duas apreensões ele ainda estava em liberdade e conduziu, diretamente, essa operações. Inclusive, nós temos, nos autos da investigação, áudio encaminhado por ele para um dos grupos criminosos direcionando como seria o envio da droga para a Europa”, falou o delegado Victor dos Santos Baptista.

Operação Chapa Branca cumpre mandados de busca e apreensão em cinco estados e na Hungria. — Foto: Divulgação/PF

Operação Chapa Branca cumpre mandados de busca e apreensão em cinco estados e na Hungria. — Foto: Divulgação/PF

A operação “Chapa Branca” cumpriu cinco mandados de prisão preventiva nos estados do Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Pernambuco e na Hungria.

Também foram cumpridos quatorze mandados de busca e apreensão, nos mesmos estados, respectivamente, Espírito Santo (01), Santa Catarina (02), Paraná (07), São Paulo (03) e Pernambuco (1).

Segundo a PF, criminosos tentavam enviar drogas para a Europa dentro de pisos de mármore. — Foto: Divulgação/PF

Durante a operação, a Polícia Federal prendeu um homem importante da organização criminosa em uma casa que fica em Colatina, Noroeste do estado. Além disso, imóveis e motos e carros de luxo foram apreendidos.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, o ex-major foi o principal alvo da operação, já que, mesmo da Hungria, tinha “tentáculos” em lugares do Brasil e, por isso, a importância dessa nova ação no combate ao tráfico internacional de drogas.

Operação Chapa Branca busca acabar com uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de drogas. — Foto: Divulgação/PF

“A prisão [do major] e a apreensão desses bens são importantíssimas como forma de estratégia para acabar com a organização criminosa”, falou Ricas. 

Com as medidas cumpridas na manhã desta terça-feira, a Polícia Federal considera que todos os envolvidos no envio da carga apreendida em Cachoeiro de Itapemirim foram identificados e agora seguirão a disposição da Justiça Federal para responderem ao processo criminal.

Os investigados poderão responder pela prática do delito de associação para o tráfico, tráfico internacional e interestadual de drogas e, eventualmente, pela lavagem de capitais. Se condenados, as penas aplicadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

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