Por que o governo destrói aeronaves de garimpeiros em vez de confiscar?

Imagens de um avião e um helicóptero sendo queimados por agentes federais durante operação contra o garimpo ilegal chamaram a atenção na última semana e geraram o questionamento: por que não confiscar, leiloar ou até mesmo usar esse equipamentos em vez de destruir?

Questionado sobre o tema, o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) explicou que há dificuldades em retirar equipamentos da Terra Indígena.

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Na maioria dos casos, a retirada de maquinário pesado de áreas como terras indígenas é inviável do ponto de vista logístico. Não por acaso, tanto a legislação quanto a decisão judicial que determina o combate ao garimpo em território yanomami permitem a destruição desses equipamentos pelo Ibama – Ibama

O órgão também explicou que, em atividades ilegais, a preocupação em fazer as corretas manutenções não existe. Isso impossibilita o uso seguros das aeronaves. “Frequentemente, as aeronaves encontradas contêm modificações estruturais ou funcionam em situações precárias. Nesses cenários não é possível garantir a segurança da equipe e o voo se torna absolutamente temerário.”

Além disso, há um objetivo econômico na queima dos objetos. “O impacto financeiro provocado pela destruição dos equipamentos dificulta a continuidade da atividade ilegal. Descapitalizados, os infratores costumam levar mais tempo para restabelecer condições de retomar a operação.”

Na terça feira da semana passada, uma operação do Ibama juntamente com a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Força Nacional havia encontrado e destruído:

  • 1 helicóptero,
  • 1 avião,
  • 1 trator de esteira
  • Duas armas
  • 3 barcos com cerca de 5 mil litros de combustível;

No rio Uraricoera, Ibama e Força Nacional instalaram uma base de controle para impedir o fluxo de suprimentos para os garimpos.

O objetivo da operação é “inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado.”

Na sexta-feira, a PF (Polícia Federal) iniciou as ações de erradicação do garimpo em terras yanomamis, no âmbito da Operação Libertação.

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