Craque da música brasileira, Skank declara o fim da partida. Ao colocar um ponto final na banda, os mineiros ainda passam por Brasília mais uma vez nesta sexta-feira (3/2), na Arena Mané Garrincha, com a Turnê Despedida. Com quase 30 anos contribuindo diretamente na trilha sonora da vida dos brasileiros, encerra esse ciclo na capital da melhor forma possível, já que “o sentimento de acolhimento é inegável” e prometem fazer uma verdadeira festa de adeus.
“Brasília é uma cidade que nos acolheu desde o início da carreira e que tem expoentes musicais na formação da identidade e da musicalidade do Brasil. Sendo assim, sempre nos sentimentos em casa, e, desde as primeiras apresentações na cidade, sempre fomos movidos por essa energia. A expressão grandiosa vem junto com sensação de pertencimento e cumplicidade de inúmeras pessoas que estiveram escutando a gente durante todo esse tempo. Muitas emoções e uma grande entrega da banda e do público, cantando alto e forte a nossa história compartilhada. É um deleite, um acontecimento sempre muito forte!”, afirma ao Correio o baixista Lelo Zanet.
Com nove álbuns de estúdio, a banda faz a catarse dos shows ser proporcional aos grandes hits, como Garota nacional, Vou deixar, É uma partida de futebol e Sutilmente. Segundo Zaneti, a escolha das canções é sempre inusitada por fazer jus à relação direta de despedida da turnê com as apresentações.
“Para o repertório sempre pensamos na dobradinha de trazer o conteúdo dos discos de estúdio para o ao vivo. Essa construção traz a possibilidade de tocar músicas inusitadas, sim, mas a maioria é composta por aquelas que não podem nunca faltar no nosso show, os grandes sucessos da banda, as músicas que o público espera ouvir e outras queridinhas dos fãs ao longo dos nossos 30 anos”.
A separação da banda veio com um impulso de movimentar outros caminhos, tanto musicais quanto pessoais. Após despontar uma brasilidade com referências jamaicanas para o rock nacional, os integrantes finalmente se jogam em outros projetos e canalizam por si só a criatividade outrora usada no Skank.
“Acredito que todos os integrantes do Skank tem boas movimentações em direções musicais individuais e criativas pra mostrar. O Trilho Elétrico é o meu lançamento que juntou 2 Baianos, Lutte e Manno Góes, e 2 Mineiros, Rodrigo Borges e Lelo Zaneti, e tem como participações muito especiais os grandes mestres Luiz Caldas, Armandinho Macedo, Mart’Nália e Daniela Mercury“, afirma o baixista.
A última oportunidade para os brasilienses de assistirem Samuel Rosa (guitarra e voz), Lelo Zanetti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria) tocando seus clássicos, juntos, num mesmo palco, também celebra a história dos sucessos ainda seguem na boca do povo.
“O novo cenário musical está, a meu ver, bastante MPB, e essa linguagem musical tem uma tendência mais espontânea de chegar ao público e ganhar audiência de uma forma mais autêntica e direta. E segue o legado dos nossos grandes mestres. O Brasil é muito criativo e abrangente em todas as questões, afinal, somos um país de dimensões continentais. E quando falamos sobre música, tudo está em movimento e transformação, e todas essas cenas diferentes são muito bem vindas. As misturas que acontecem da música internacional e brasileira dão a nossa tonalidade no rock e no pop, com grande propriedade e relevância”, reitera Zaneti com o otimismo como o trabalho do Skank também impulsiona essa ideia.