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URGENTE: PF investiga advogados do Acre envolvidos com facções criminosas

Por Tião Maia, ContilNet

A Polícia Federal em Cruzeiro do Sul não revelou nomes por força de lei do chamado abuso de autoridade, mas o fato é que dois dos maiores advogados que atuam na região do Vale do Juruá são os principais alvos da operação desencadeada na manhã desta sexta-feira (17) na cidade. 

De acordo com investigações do órgão, as prerrogativas da profissão estariam sendo utilizadas pelos dois para um canal de comunicação entre criminosos que estão presos no presídio local e aqueles que vivem em liberdade.

Os advogados fariam o papel de pombos-correios. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional Acre, deve se posicionar sobre o caso através de nota. Em função da ação dos investigados, a Polícia Federal batizou a Operação de “Colúmbia”, alusão a uma variedade domesticada do pombo-comum, o Columba livia, animal com capacidade inata de retornar ao seu lar. Ao observar o comportamento dos animais, militares em guerra passaram a utilizá-los para comunicação com seus aliados fora de suas fronteiras, com a segurança de que seus códigos não seriam decifrados nem captados pelo sistema de escuta do inimigo.  

Os pombos-correios começaram a ser utilizados durante a Primeira Guerra Mundial para comunicações no campo de batalha. Conta a história que a prática começou por volta de 3000 a.C., quando pombos-correio eram utilizados para troca de mensagens no Antigo Egito, se utilizando de seu senso único de orientação. Mensagens eram amarradas nas patas dos animais e então estes eram soltos para voarem de volta ao seu ninho original. Por volta do século XIX, pombos-correio já eram extensivamente utilizados para comunicações militares, algo impensável nos dias atuais quando a comunicação na era moderna utiliza as mais avançadas tecnologias.

Mas foi exatamente a partir da tecnologia que a Polícia Federal descobriu o esquema. Foi a partir da análise no aparelho de celular de um preso e investigado por crimes de tráfico que os agentes chegaram à conclusão de que os advogados estavam indo além da atividade legal.

Os investigados poderão responder por crimes por crime de organização criminosa, sem prejuízo de outros crimes. O material apreendido será submetido à análise da equipe de investigação e à perícia criminal, podendo surgir novos fatos e pessoas investigadas.

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