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Acre tem menos de 40% das meninas vacinadas contra HPV; cientista alerta para perigo

Por Rebeca Martins, ContilNet

Segundo o levantamento feito pelo Ministério da Saúde, o Brasil não alcançou a marca de 80% de cobertura das vacinas contra o Papilomavírus Humano (HPV), em 2022. O Acre foi um dos estados com baixas taxas de vacinação.

O HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), sendo o vírus que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres e pode, inclusive, causar câncer.

O imunizante contra o HPV foi introduzido no ano de 2014, e é destinado a meninas e meninos entre os 9 aos 14 anos de idade, dividido na esquematização de duas doses. A vacina também pode servir a pessoas com transplante, AIDS e câncer.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) realizou uma pesquisa que indicou mais de 17 mil novos casos somente em 2023. Apesar da seriedade e das doenças que o HPV pode ocasionar, as taxas de vacinação estão mais baixas do que o esperado.

Em 2022, no estado do Acre, apenas 37,22% das meninas tomaram a primeira dose do imunizante, e o número é ainda menor para os meninos, com 14,65%. Apesar da Região Norte possuir os menores incidentes de HPV, as estatísticas preocupam, tendo em vista que a meta do Ministério da Saúde era de que pelo menos 80% da população na faixa etária dos 9 aos 14 anos fosse vacinada.

A ginecologista e presidente da comissão de vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia Obstetrícia (Febrasgo), Cecilia Maria Roteli Martins, disse em entrevista à Folha de S.Paulo que, “pesquiso HPV desde o fim dos anos 1990. Achava que em 2023 teríamos toda uma geração protegida e não temos”, lamentou.

Uma questão que pode ser levada em consideração na diminuição nas taxas de vacinação, é em decorrência das reações psicogênicas e reações adversas. No Acre, cerca de 74 crianças e adolescentes, sofreram com desmaios, dor generalizada, dificuldade de locomoção e até convulsões.

Na época, os acontecimentos geraram muita polêmica, pois eram reações associadas ao uso da vacina. No entanto, foi comprovado por especialistas que é fruto do conjunto de sintomas que aparecem por estresse, medo ou ansiedade, que decorrem de fatores biológicos, sociais e psicológicos.

“Não há nenhum registro de morte”, esclarece Cecilia Maria, que ainda acrescenta, “temos uma vacina excelente e oferecida de graça. Não temos desculpa para continuar vendo casos de câncer de colo de uterino nas próximas gerações”, finaliza a ginecologista.

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