Após ser alvo de CPI, prefeito Sérgio Lopes nega acusações em entrevista ao ContilNet

Na sessão da Câmara Municipal de Epitaciolândia desta segunda-feira (20), os vereadores aprovaram por 5 votos a 4, o pedido de afastamento do prefeito Sérgio Lopes (PSD), por uma denúncia de suposta improbidade administrativa, que iriam desde diárias – que seriam pagas indevidamente com usos advindos do Fundeb – até supostas pedaladas fiscais.

Porém, com exclusividade ao ContilNet, o prefeito informou que a denúncia não é suficiente para afastá-lo por 180 dias. O pedido em questão, cria uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que irá apurar os supostos atos.

Em relação a instauração da CPI, Sérgio Lopes disse que não há indícios que comprovem as denúncias, e que tudo não passa de uma tentativa de atrapalhar a sua gestão.

“Todas as acusações são essencialmente politiqueiras e falsas. Não existe nada fundamentado em documentos. Não existe ofício que não tenha sido respondido pela Prefeitura, nem pagamento de diárias irregulares. Nós trabalhamos dentro da legalidade. O que existe são alguns políticos do município que não aceitam a minha vitória”, disse.

Natural de Minas Gerais, Sérgio Lopes é delegado da Polícia Civil, formado em Letras e Direito, e mora no Acre há 14 anos. Ele atribui a perseguição política que enfrenta hoje por não ser acreano de nascença. “O município sempre foi administrado por três famílias, e essas pessoas não aceitam isso, que por eu não ter nascido na cidade de Epitaciolândia, esteja administrando o município hoje”, explica.

O prefeito alegou também que quando assumiu a gestão em 2021, a prefeitura enfrentava uma dívida de mais de R$ 60 milhões. Sérgio afirma ainda que os mesmos vereadores que hoje votam a favor de seu afastamento, contribuíram com o aumento nos gastos públicos do município. “Nos dois primeiros anos nós já pagamos mais de R$ 10 milhões. Dívida essa que os vereadores oposicionistas, que estão lá há 3,4 mandatos, ajudaram a contrair, porque aprovaram empréstimos”.

Sérgio disse ainda que além de motivações políticas, as acusações partiram do vereador Rubens (PP), com quem o prefeito já enfrenta problemas pessoais há um tempo. “Ele está procurando vingança”, declarou.

“Estão tentando atrapalhar a nossa gestão”

Ainda em entrevista, o prefeito afirmou que os parlamentares já vem tentando atrapalhar a gestão há um tempo. Exemplo disso, é orçamento anual da prefeitura, que segundo Sérgio, sofre boicote por parte dos vereadores de oposição.

“No orçamento, eles aprovam apenas 1% de possibilidades de remanejamento. E aí nós precisamos mandar para a Câmara todos os projetos de suplementação orçamentária. Nós mandamos e eles trancam nossos projetos. Eu já tive que recorrer à Justiça, para que eles fossem obrigados a votar um Projeto de Lei. Nas gestões anteriores, sempre votaram em 30% para gestores que não tinham compromisso com a população. E pra mim, que estou pagando as dívidas, deixando o município adimplente, para que possamos receber recursos do Governo Federal, eles dão 1% de orçamento”, explica.

Sérgio disse ainda que em relação a CPI, já está tomando ciência de todas as acusações e que não tem medo das investigações. “Acredito que vou sair dessa situação ainda mais fortalecido, porque será comprovado que não há nenhuma irregularidade praticado por mim. Vamos rebater cada uma das inverdades”, finalizou.

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