Surpreendido pela enchente em Rio Branco na noite de quinta-feira (24) quando estava na cidade de Manaus (AM), onde cumpria agenda, o prefeito Tião Bocalom (PP) retornou imediatamente à Capital e já na manhã deste sábado reuniu secretários e assessores para traçar um plano de ação municipal de socorro às vítimas e de assistência pós-enchente, no retorno às casas, quando as águas baixarem. O prefeito informou que a ajuda do governo federal nesse primeiro momento será humanitária e que a Prefeitura destinou R$ 5 milhões de recursos próprios para atender as 32 mil pessoas atingidas até o momento.
“Nossa equipe não parou desde os primeiros momentos da enchente. Nossa vice-prefeita, na minha ausência em Manaus, esteve atuando como prefeita, foi para a rua, viraram a noite ontem, essa noite de novo continuaram cuidando dos abrigos, ajudando naquilo que foi possível”, disse Tião Bocalom. “Agradeço imensamente a toda essa equipe guerreira que foi para rua. Nos reunimos agora com toda equipe e já ficou alinhado uma série de ações porque agora os igarapés começam a baixar e começam a aparecer outros tipos de problemas, que precisam ser solucionados”, acrescentou.
Um dos participantes da reunião, o tenente-coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Municipal, disse que a orientação de Tião Bocalom é para priorizar os cuidados com a população atingida. “Estamos com a construção de abrigos e a preparação do parque de exposição”, disse.
Um dos bairros mais atingidos, segundo o coronel Falcão, foi o Recanto dos Buritis, que teve 90 % da região afetada. Ali, pelo menos duas mil pessoas estão desalojadas, vivendo em casa de parentes ou amigos e outras 500 nos abrigos municipais.
Falcão afirmou ainda que a retração das águas nos igarapés é lenta e o rio Acre permanece enchendo. Pelo menos 30 bairros foram atingidos e 32 mil pessoas afetadas com a cheia. Durante a reunião deste sábado ficou acertada a montagem de uma sala de situação para dar celeridade aos atendimentos.
“É por isso que a Prefeitura aumenta e amplia suas ações neste momento. Estamos com a construção de abrigos e a preparação do parque de exposição. Atualmente, estamos com 24 abrigos ativos. A Prefeitura continua com suas ações efetivas, envolvendo todas as secretarias inclusive agora com a criação da sala de situação, onde terá um representante de cada secretaria para que essas ações não sofram processo de descontinuidade e nós aceleramos mais ainda as ações da prefeitura através da coordenação geral da Defesa Civil”, afirmou. A secretaria municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) também participa da operação de socorro às vítimas e vem realizado todo o cadastramento das famílias acolhidas, com suporte e alimentação, que está sendo subsidiadas pelo Restaurante Popular, fornecendo 2 mil refeições diárias, incluindo café da manhã, almoço e janta.
“Os abrigos são regionalizados, por conta de ter sido instalado numa situação de enxurrada, as escolas foram preparadas para receber as famílias, pois tem a sala para poder acolher as famílias. Hoje são 24 abrigos, de ontem para hoje nós temos que avançar em abrir mais 3 abrigos. Não é um grande parque de exposições porque são estruturas regionalizadas, já que, quase sempre, a pessoa está na comunidade. É uma estrutura que tem que ser operacionalizada para todos os bairros, envolvendo uma logística imensa, mas tem funcionado”, explicou o diretor de Assistência Social da SASDH, Jefferson Barroso.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) também está com diversas ações para alcançar e facilitar o atendimento em saúde para os necessitados. Sob o comando da Defesa Civil, a saúde tem abastecido os abrigos com água potável e mineral, kits de limpeza que serão distribuídos após a baixa das águas, além da construção de uma unidade de saúde no parque de exposições, onde ficarão as famílias desabrigadas, disse a secretária Sheila Andrade.
Ela informou ainda que, na situação de desastre e de calamidade, os atendimentos nas URAPS foram alterados para poder facilitar a busca por remédios, pois muitas pessoas perderam seus remédios e receitas. “Nossas unidades vão estar até às 17h no sábado, e se necessário, poderemos ter duas unidades para ficar até as 22h, fora isso, nós estamos com equipe montadas, enfermeiros, técnicos de enfermagem indo em todos os abrigos, verificando a situação de hipertensos, diabéticos, crianças autistas que nós temos nos abrigos, idosos, e verificando toda a situação dessas pessoas em relação a saúde.”
Sheila informou que um abrigo também foi montado no parque de exposições para os animais domésticos pertencentes às vítimas da cheia. “Montamos desde ontem, o abrigo dos animais domésticos, estamos recebendo lá, etiquetando direitinho para saber quem é o dono. Também estamos vacinando, e estamos com uma proposta para cada dono quando for recuperar seu animal para fazermos a castração. A gente está com alimentação para esses animais, remédios, e uma equipe toda preparada do setor de zoonoses com médico veterinário, dando atenção aos amimais”.
Outra medida necessária no atendimento de emergência foi a suspensão das aulas para que as escolas servissem de abrigo as famílias. “O Município foi o primeiro a alojar as pessoas nas escolas municipais, inclusive o primeiro local é o bairro da Paz. Logo em seguida outra escola, e nós estamos já assim com outras escolas do Segundo Distrito. Além disso, estamos com pessoal, carros foram disponibilizados, até a roçagem foram todos disponibilizados para a Defesa Civil, nossos funcionários também, muitos estão sendo voluntários e o que podemos, estamos fazendo, visitas, vendo local, o que precisa, fazendo o possível e o impossível também”, secretaria municipal de Educação, concluiu a secretária municipal de Educação, Nabiha Bestene.