Exclusivo: o Fantástico traz os detalhes de um negócio fracassado e marcado pela suspeita de fraude, envolvendo dois ex-companheiros de Palmeiras: Gustavo Scarpa – o craque do Brasileirão 2022, hoje no futebol inglês, e Willian Bigode, atualmente no Fluminense.
Scarpa investiu R$ 6 milhões em criptomoedas, em uma aplicação indicada por Bigode, e agora ele quer saber onde seu dinheiro foi parar. Vídeos, mensagens de texto e gravações em áudio revelam a angústia cada vez maior de Scarpa, à medida que ele vai percebendo que pode ter caído em um golpe.
Entenda:
Para entender essa história, primeiro precisamos falar da Xland, uma empresa que tem esta filial em Rio Branco, no Acre. A WJLC, empresa de Bigode, tem uma parceria com a Xland.
Em junho de 2020, Willian repassou para Scarpa um arquivo da Xland e escreveu: “Essa apresentação é sobre criptomoedas que conversamos”. Scarpa começou então a fazer investimentos com a Xland. No contrato, a promessa: lucro de “até 5% ao mês”.
Scarpa começou então a fazer investimentos com a Xland. No contrato, a promessa: lucro de “até 5% ao mês”. Por exemplo: quem investisse R$ 100 mil teria até R$ 105 mil na conta depois de 30 dias – um rendimento muito acima do normal.
Nesse ambiente, Gustavo Scarpa e outros jogadores do Palmeiras não comemoravam somente os títulos conquistados. Eles festejavam também os lucros que acreditavam que iriam faturar com os investimentos em criptomoedas.
Gustavo Scarpa chegou a agradecer ao então amigo Willian Bigode: Você falou: ‘Estou muito feliz com o negócio da Xland”.
Um dos donos da Xland é Gabriel Nascimento, de 30 anos. Para tentar convencer o futuro investidor, Gabriel dizia que a Xland tinha reservas financeiras astronômicas.
Gustavo Scarpa começou a estranhar as promessas. E em agosto do ano passado, ele comunicou à Xland que queria fazer o resgate de parte do seu dinheiro. Foi quando ele passou a desconfiar que o investimento dos sonhos podia ser um golpe.
O dono da Xland dava uma desculpa atrás da outra.
Há mais de dois anos, o Ministério Público do Acre abriu uma ação civil pública contra a Xland. Além disso, a empresa responde a três processos na Justiça do Acre. A acusação: um calote nos investidores de mais de R$ 2 milhões.
Na quinta-feira, em depoimento à polícia, Willian Bigode e a sócia dele, Camila, afirmaram que foram vítimas: que confiavam nas promessas da Xland, fizeram investimentos e também perderam dinheiro. O atleta disse que levou um calote de R$ 17,5 milhões.
Gabriel Nascimento, dono da Xland, também se disse vítima: vítima da FTX, a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo. A FTX faliu em novembro do ano passado. Investidores do mundo inteiro tiveram prejuízos.