O aposentado Martins Severo, residente na Rua Major João Câncio, em Sena Madureira, completou neste domingo (5), 98 anos. De acordo com a família, ele ainda está lúcido e gosta de relatar suas histórias para os filhos e netos.
Ele é detentor de uma história. Nascido no Estado do Ceará, Seu Martins, como é mais conhecido, veio para o Acre quando ainda era criança, fugindo de uma seca severa que durante anos castigou os nordestinos. Em Sena Madureira, morou no seringal Guanabara, Rio Iaco, onde cortou seringa e desempenhou outras atividades. “Meu avô enfrentou muitas dificuldades ao longo da vida, mas graças a Deus conseguiu superá-las. Hoje só temos que agradecer a Deus pela sua vida”, comentou Ronys Nascimento, seu neto.
Além de cortar seringa, Seu Martins também trabalhou como carteiro. Naquele tempo, era muito difícil comprar um motor de embarcação, então, ele saía de Sena Madureira em um barco utilizando um varejão para entregar as cartas nas comunidades ribeirinhas.
“Era um tempo em que não existia nenhum tipo de comunicação por rádio ou telefone. Nesse sentido, o papel do carteiro era fundamental. Muitas vezes, ele passava de dois meses longe de casa entregando as cartas nos mais longínquos seringais”, enfatizou.
Com o passar dos anos, conseguiu comprar uma baleeira (barco de grande porte) e passou a atuar como regatão.
Em Sena Madureira, seu Martins constituiu família. Ele é pai de três filhos: A professora Dulcinéia Severo, o taxista conhecido como Chico Tabaco e a professora Marlene Severo (em memória).