Uma das principais e mais perigosas lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas ruas, Suliane Abitabile Arantes (foto em destaque), 34 anos, conhecida como Elektra, foi presa pela Polícia Militar nessa sexta-feira (3/3), na Zona Leste de São Paulo. O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execuções Penais da Justiça do Distrito Federal em 27 de fevereiro deste ano.
De acordo com investigações conduzidas pela Polícia Civil do DF, a mulher também recebia os apelidos de “Intocável”, “Assombrada”, “Mariane” e “Kitana”. Ela era responsável por organizar o batismo dos faccionados no Distrito Federal e no exterior.
A suspeita, que ocupa o alto escalão do PCC, também já foi apontada pela polícia como “Marcola de saia”, em referência a Marcos Willians Herbas Camacho, líder máximo da facção paulista. Após a prisão, ela foi levada à delegacia e, em seguida, encaminhada à audiência de custódia. Suliane Arantes deu entrada no sistema prisional paulista, onde cumprirá pena por posse ilegal de arma e associação à organização criminosa.
Policiais do DF já haviam capturado Elektra, em 2018, no âmbito da Operação Prólogo. A criminosa voltou a ser alvo da PCDF na Operação Hydra, deflagrada em 2020. Investigadores da então Divisão de Repressão as facções Criminosas (Difac) encontraram provas de que estrangeiros foram batizados pela facção na Espanha, Itália e nos Estados Unidos.
Elektra foi identificada por meio de cadernos encaminhados pelo Sistema Penitenciário do Estado de Goiás, nos quais constavam o cadastro dos dados de batismo — a entrada de candidatos na facção.
Segundo as diligências, Suliane tinha ativa participação na “sintonia” da célula no DF, desenvolvendo a função dentro da própria residência, mediante computadores e celulares. Os objetos foram apreendidos por policiais civis.
Alta periculosidade
Aos delegados, a mulher confessou a participação no PCC e deu detalhes de como funciona o crime organizado. Suliane é considerada de alta periculosidade e um dos principais nomes do grupo na capital federal.
Em denúncia feita pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), a acusada aparece como “verdadeiro pen drive de backup” da organização. Segundo o documento, ela “compilava, conferia e arquivava informações acerca do tráfico de drogas coordenado e levado a efeito pela facção”.
O PCC incumbia Suliane de registrar cadastros dos integrantes que recebiam entorpecentes da “família” e fazer planilhas sobre a contabilidade do tráfico. Tudo por meio das guias de depósitos eletrônicos encaminhadas pelo “Setor do Progresso nos Estados e Países”.
“Através de arquivos localizados nos referidos eletrônicos foi possível verificar, ainda, a expansão transnacional do PCC, obtendo-se os registros de batismos de diversos integrantes fora do Brasil, em países como Estados Unidos da América, Espanha e Itália”, pontua o MPDFT.