‘Meu irmão não era canibal’, diz irmã de vítima de mineiro preso em Lisboa

Kamila Lopes, 25, irmã de Alan Lopes, 21, morto em Amsterdã por outro brasileiro, negou que ele fosse canibal, como sugeriu Begoleã Fernandes, 26, suspeito do crime. Ela conversou com o UOL na tarde de hoje.

O que ela disse:

  • A família viajava para Paris no dia do crime e Alan estava sozinho em casa;
  • Familiares e amigos tiveram acesso a áudios nos quais Begoleã diz que Alan era canibal; os áudios diziam ainda que ele teria consentimento da família para matar pessoas no açougue em que trabalhava;
  • A irmã negou que Alan matava pessoas no açougue porque, segundo ela, ele nunca teve acesso ao local sozinho: “a perícia está aí para isso. Do jeito que ele entrava, ele saía. Era o chefe recebendo e trancando a loja”, disse.
  • Kamila diz não entender porque o suspeito fez estas acusações: “coisas que não têm sentido”.
  • A família pretende cremar o corpo de Alan Lopes na próxima semana.

”Não sei se em algum momento ele [Begoleã Fernandes] estava com alguma alteração psicológica e criou isso na cabeça dele, acreditou. A gente não sabe, de verdade, como, quando, onde e porque isso de fato aconteceu, o que ele criou na mente dele para acreditar em uma história dessa.”

Kamila Lopes, irmã de Alan

Relembre o caso:

  • Begoleã foi preso no aeroporto de Lisboa quando tentava viajar para Belo Horizonte. A sua roupa tinha vestígios de sangue.
  • O IML concluiu que a carne em sua mala era de origem humana, mas não tem relação com a morte de Alan, segundo informação da polícia holandesa e da família da vítima, que disse que o “corpo estava inteiro”
  • À imprensa portuguesa, Carla Pimentel, mãe do brasileiro preso, repetiu a versão apresentada pelo filho e disse ter aconselhado Fernandes a fugir para o Brasil.
  • O Ministério das Relações Exteriores, disse que não foi acionado até o momento, nem pelos brasileiros envolvidos no caso, nem pelas autoridades portuguesas competentes.

Begoleã é descrito pelas autoridades holandesas como “perigoso, psicótico e com treino de artes marciais”. A avaliação consta em documento encaminhado para a Justiça de Portugal. Após ser preso, ele disse que trabalhava clandestinamente há três anos como motoboy na Bélgica e não tinha residência fixa. Nas redes sociais, Fernandes se define como “2% gênio e 98% louco”, que gosta de MMA, história e toca guitarra.

 

PUBLICIDADE