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Os invisíveis: moradora de rua diz que sua maior tristeza é não poder conviver com os 4 filhos

Por Bruna Rosa, ContilNet

Foto: Bruna Rosa/ContilNet

Da série Os Invisíveis, o ContilNet vem apresentando durante algumas semanas a realidade nua e crua de pessoas que estão em situação de rua.

A história de dona Mariza Santos, que durante alguns anos vive pelas redondezas do Centro da cidade, com outros amigos que também estão na mesma situação, é mais um capítulo dessa triste realidade que acontece na capital do Acre.

Mariza Santos Filho, de 49 anos, é uma das cidadãs de Rio Branco que está em situação de rua. Ela conta que faz uso de substâncias químicas e bebidas alcoólicas há 12 anos.

Sua vida antes de iniciar o uso abusivo de substâncias era bem diferente da que enfrenta hoje. Ela teve pouco estudo, sabe apenas assinar seu nome, teve quatro filhos e durante o decorrer da vida fez de tudo um pouco para ter seu sustento.

Sua maior tristeza é não poder conviver com seus quatro filhos por conta da vida que leva. Um de seus filhos também virou dependente químico e está pelas ruas de Rio Branco. “Tive dois filhos e duas filhas, mas nenhum vive comigo porque eu levo essa vida. Já perdi meu pai e minha mãe, tenho dois irmãos que moram no município de Sena Madureira e Boca do Acre, mas a minha relação com eles não é boa”, conta.

Apesar das circunstâncias, ela afirma que gosta de estar nos espaços que frequenta e não pretende ir para uma casa de apoio ou reabilitação. Sente que todos os outros companheiros de rua são a sua família. Mas, pretende um dia abandonar a vida que leva atualmente.

“Aqui somos uma comunidade onde todos se respeitam, mas eu penso em largar tudo isso, sim. Tenho fé em Deus que vou conseguir deixar tudo e ter uma vida normal porque a palavra de Deus diz que tudo é possível para aquele que crê, e tudo que tem um começo tem um fim”, declara.

Foto: Bruna Rosa/ContilNet

A população do país é contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, a base do censo é feita por domicílio e, como essas pessoas não têm moradia convencional regular, acabam não aparecendo nas estatísticas porque não há um instrumento de coleta de informações que seja satisfatório. A partir dessa informação surge o nome “Os Invisíveis”.

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