A Polícia Federal vai montar um esquema especial de segurança para a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prevista para esta quinta-feira (30/3). Quem garantiu a mobilização da corporação foi o ministro de Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em audiência na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (28/3).
Na audiência, o chefe da segurança pública foi questionado pelo deputado de oposição Carlos Jordy (PL-RJ) sobre a possibilidade de novos atos de vandalismo na chegada de Bolsonaro e o quais medidas de prevenção seriam tomadas. O parlamentar sugeriu que a PF cuidasse do aeroporto e das imediações
“A Policia Federal vai cumprir a Constituição e a lei. Quem faz policiamento fora do aeroporto é a PM do DF, está na Constituição”, afirmou. “No aeroporto, sim, nós faremos [a segurança]”, garantiu Dino.
O ministro foi à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da casa para prestar esclarecimentos aos deputados sobre as ações que tomou após os atos violentos de 8 de janeiro, uma visita que ele realizou ao Complexo da Maré e as mudanças na política de acesso a armas de fogo no país.
“Está ocorrendo uma reunião na Secretaria de Segurança Pública do DF e nós estamos participando para delimitar as atribuições de cada um”, explicou o chefe da Segurança Pública. Dino ainda aproveitou a pergunta para alfinetar Bolsonaro.
“O senhor disse literalmente ‘Não queremos mais quebra-quebra’. Então é apenas uma questão de o líder e dos liderados se comportarem que eu acho que nem será preciso que haja policia lá”, provocou Dino.
Fake news
A insatisfação de parlamentares da oposição com Flávio Dino se intensificou neste mês. No dia 13 de março, o ministro da Justiça de Lula visitou a comunidade Nova Holanda, que faz parte do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
Deputados alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais e a tribuna para insinuar que Dino teria entrado na comunidade após negociação com a facção Comando Vermelho (CV) e que por isso ele nem teria tido reforço de segurança.
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) escreveu no Twitter que chamaria Dino para explicar o nível de envolvimento dele e de Lula com o crime organizado carioca.
Em resposta, o ministro da Justiça protocolou uma notícia-crime ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual acusa cinco deputados e dois senadores de terem espalhado notícias falsas contra ele. Os parlamentares de oposição defenderam que isso foi uma tentativa de censura.