Ramon Menezes será o técnico da seleção brasileira no primeiro compromisso após a queda nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar e o fim da era Tite, que durou seis anos. Nesta sexta-feira, ele anunciará a convocação para o amistoso contra o Marrocos, dia 25 de março, na cidade de Tanger.
Jogador multicampeão e treinador ainda em início de carreira, Ramon Menezes Hubner, atualmente com 50 anos, foi escolhido para comandar a Seleção interinamente enquanto a CBF busca um novo técnico efetivo. O italiano Carlo Ancelotti, atualmente no Real Madrid, é o preferido para a vaga.
Os mais velhos muito provavelmente lembram dos golaços de falta, dos passes precisos e das campanhas vitoriosas de Ramon como jogador. Porém, para quem não se recorda ou mesmo não conhece a trajetória dele, o ge apresenta abaixo um raio-x, com detalhes da carreira dele como atleta e também como treinador.
Como treinador
Logo após pendurar as chuteiras, em 2013, Ramon passou a buscar a carreira como técnico. Ciente de que o conhecimento prático não bastaria, foi atrás de capacitação acadêmica. Ele obteve as licenças B, A e PRO da CBF. A última veio em 2019. Ele também fez outros cursos, como o da ABTF (Associação Brasileira de Técnicos de Futebol).
Meses após a aposentadoria como jogador, Ramon fez estágio com Oswaldo de Oliveira no Botafogo. Depois, foi auxiliar-técnico no Joinville, integrando a comissão técnica que conquistou a Série B em 2014.
Foi depois desse título que Ramon iniciou sua trajetória como treinador, no modesto ASEEV, clube no qual foi campeão da terceira divisão de Goiás. Na sequência, teve passagem curta pelo Anápolis-GO e seguiu para o Guarani de Divinópolis-MG, sem conseguir evitar o rebaixamento da equipe para o Módulo II do Campeonato Mineiro.
Outra queda viria em 2016, quando Ramon voltou ao Joinville. Apesar de ter conquistado vitórias e levado a briga até a última rodada, o técnico não conseguiu evitar a ida para a Série C.
Após nova passagem pelo Anápolis, o treinador foi para o Tombense, clube no qual teve o trabalho mais duradouro: oito meses.
No fim de 2018, Ramon voltou para “casa”. Foi contratado para ser auxiliar do Vasco, onde fez história como jogador.
Um ano e três meses depois, em março de 2020, ele recebeu a maior chance da carreira: foi efetivado no comando do Cruz-Maltino, no lugar de Abel Braga.
Mais uma vez, porém, Ramon não teve vida longa no cargo. Ele dirigiu a equipe em 16 partidas (duas pelo Carioca, duas pela Copa do Brasil e 12 pelo Brasileirão), tendo oito vitórias, três empates e cinco derrotas, aproveitamento de 56,2%.
Na sequência, ele passou nove jogos e pouco mais de um mês pelo CRB-AL, sendo demitido após uma sequência de sete partidas sem vencer. O último time dirigido pelo treinador foi o Vitória, no qual teve três vitórias, seis empates e sete derrotas, em 2021.
Apesar destes insucessos, Ramon recebeu chance na seleção brasileira sub-20 no ano passado e conseguiu dar a volta por cima, alcançando a conquista do Sul-Americano Sub-20, na Colômbia, mês passado. Foram 17 jogos até agora à frente dos juniores, com 11 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas, aproveitamento de 72,5%, com 40 gols marcados e 14 sofridos.
Como jogador
Ramon foi um meia técnico, extremamente perigoso em jogadas de bola parada.
O começo da carreira foi no Cruzeiro, clube no qual ele foi campeão mineiro em 1990, da Copa do Brasil em 1993 e bicampeão da Supercopa Libertadores em 1991 e 1992.
Também teve sucesso no Vitória, conquistando quatro títulos baianos, mas foi no Vasco em que ele viveu os maiores momentos da carreira.
Pelo Gigante da Colina, Ramon foi protagonista ao lado de craques como Juninho Pernambucano, Romário e Edmundo, alcançou idolatria e empilhou taças: Brasileiro (1997), Carioca (1998), Rio-São Paulo (1999) e Libertadores (1998). Depois, em 2002, voltou ao clube e ajudou a evitar o rebaixamento no Brasileirão. Ele ainda teria uma terceira passagem pelo Vasco, em 2006.
O meia chegou a ser convocado para a Copa das Confederações de 2001. No geral, disputou seis jogos e marcou um gol com a amarelinha.
No Brasil, ele também passou por Athletico, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Caxias, Fluminense e Cabofriense, clube no qual se aposentou. No exterior, ele defendeu Bayer Leverkusen, da Alemanha, Tokyo Verdy, do Japão, e Al-Gharafa, do Catar.