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Saiba o que fazer em casos de intoxição de bebês e crianças com remédios

Por Correio Braziliense

Índices de reajuste são atualizados anualmente (crédito: Jhonatan Vieira/Esp. CB/D.A Press)

O caso do bebê de 2 meses que ingeriu colírio para tratamento de glaucoma em vez do medicamento Bromoprida para tratamento de enjoo e vômito, após venda errada feita pela farmácia, levanta o alerta para os cuidados necessários com remédios e o que fazer se houver intoxicação.

O caso ocorreuem 5 março, na cidade de Formosa, Entorno do Distrito Federal. A criança não resistiu às complicações e morreu. De acordo com a Polícia Civil, o medicamento Bromoprida foi receitado corretamente pelo médico, mas, na farmácia, o remédio foi confundido com Tartarato de Brimonidina, um colírio usado para tratar glaucoma.

Correio ouviu o oftalmopediatra Tiago Ribeiro, do Visão Hospital dos Olhos, que explicou sobre os principais riscos do uso incorreto de medicamentos. “Medicamentos que podem ser usados nos olhos, caso ingeridos, vão gerar um desconforto muito grande em pessoas adultas, podendo chegar a ser fatais em algumas crianças, depende do tipo de substância, do volume ingerido e da idade ou tamanho da pessoa”, explica.

Ribeiro detalha que o cuidado na administração de remédios para bebês deve ser maior, mas que vale para pessoas de qualquer idade. O primeiro passo é confirmar se a medicação que está sendo administrada é a correta. O segundo, é verificar a dosagem indicada.

Além disso, algumas dúvidas podem surgir como: É o remédio correto? É o mesmo nome que o médico passou? A dosagem é correspondente? O número de gotas está certo? A via de administração está certa? O remédio é de uso adulto, ou de uso pediátrico? Essas dúvidas devem ser esclarecidas com um médico ou até mesmo com o farmacêutico.

“É muito importante que a gente faça essa conferência (de rótulo), e não apenas da primeira vez que for usar, todas as vezes, porque existem frascos muito parecidos”, alerta Tiago Ribeiro.

E o que fazer caso houver erro na administração do remédio?

A primeira coisa a ser feita é entrar em contato com o serviço de saúde ou levar a criança direto para a emergência. “Existem algumas reações que serão rápidas. Então, o quanto antes a pessoa chegar ao centro médico, melhor. Existem outras reações que são mais lentas. Pode acontecer de se administrar uma medicação de forma errada e isso gerar um potencial risco com o passar das horas”, diz o oftalmologista.

Outra opção é ligar para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), presente em quase todos os estados, para que um dos atendentes oriente sobre a substância ingerida, como também da via em que foi ingerida. A lista completa com os endereços está disponível aqui. O número do CIAtox no DF é o 0800-644-6774.

Além de todos os cuidados, é importante deixar os medicamentos fora do alcance de crianças e de bebês. “Crianças são muito curiosas e existem medicamentos que parecem doces, alguns têm sabor e cheiro adocicado para facilitar a administração, e isso pode ser muito grave dependendo da dose que essa criança tomar. Então, nunca deixar ao alcance das crianças frascos destampados, e sempre fazer a checagem durante a administração do medicamento”, finaliza o médico.

*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer

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