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“Será que sou bissexual?”: saiba diferenciar admiração de tesão

Por Metrópoles

Em tempos nos quais é cada vez mais comum falar sobre diversidade, orientações sexuais e fluidez sexual, muitas pessoas certamente já se perguntaram, ao perceber um sentimento diferente por uma pessoa do mesmo gênero: “O que estou sentindo é admiração ou desejo? Será que sou bissexual?”.

Questionar a própria sexualidade em situações nas quais fica difícil delimitar os limites tênues que separam os dois sentimentos é mais comum do que se imagina. Mesmo porque, de acordo com a psicóloga e sexóloga Alessandra Araújo, todo vínculo parte de uma admiração inicial.

“A admiração vem nesse primeiro contexto. Quando ela começa a despertar libido e desejo, não só sexual, mas também de estar com a pessoa, podem sim surgir conflitos de identidade e questionamentos sobre ser ou não bissexual”, explica.

Ainda segundo a especialista, o histórico de heterossexualidade compulsiva da sociedade faz com que muitas pessoas não sejam muito bem esclarecidas sobre suas sexualidades, por que nunca chegaram a olhá-la com mais cuidado ou liberdade. Isso faz com que boa parcela das pessoas ainda não tenha, de fato, entendido o próprio funcionamento.

“Há pessoas que, durante toda a vida, vivenciaram uma sexualidade que não era delas. Contudo, existe um momento – geralmente quando ela se vê em uma situação dessa –, em que ela olha para si e vê que algo não está batendo. Nesse momento, é preciso ter um olhar mais clínico para entender se ela é bissexual ou é algo pontual”, elucida.

Como diferenciar?

Alessandra ressalta que é necessário saber diferenciar os dois sentimentos com clareza. “Enquanto admiração é olhar e perceber algo de especial naquela pessoa, algo que eu quero ser espelho, o desejo é voltado para a questão libidinosa, de satisfação”, explica. Sem esquecer que a terapia sempre vai ajudar nessas questões.

Outro ponto importante é entender que, não necessariamente, chegar à conclusão de que está sentindo desejo pela pessoa é um atestado de bissexualidade. “Por si só, a vontade de experimentar algo ou alguém e ter a mente aberta o suficiente para fazer isso pode ou não significar que você tem outra orientação. Pode acontecer também de um heterossexual sentir desejo por uma pessoa específica do mesmo sexo e se permitir vivenciar aquilo”, afirma.

De qualquer forma, para além da fluidez sexual – frente que afirma que, na verdade, a sexualidade humana tende a ser fluida –, Alessandra aposta que isso vai passar a ser cada vez menos uma questão. “As orientações sexuais, sejam elas quais forem, ainda serão encaradas de forma muito mais natural, e as pessoas terão a tranquilidade de serem o que são sem se preocupar com possíveis consequências preconceituosas disso”, finaliza.

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