Apontada pela Polícia Civil como responsável pelo assassinato da ex-modelo Aline Laís Lopes (foto em destaque), de 34 anos, Micheli de Andrade Ferraz teria dividido R$ 100, entre dois comparsas, para que a vítima fosse levada até o local do crime e seu corpo, já carbonizado, fosse abandonado em Cotia, na Grande São Paulo.
O crime bárbaro ocorreu no último dia 23. Na ocasião, a vítima foi enforcada até a morte. Ela teve o corpo carbonizado sob uma passarela na Avenida Professor José Barreto, no Jardim Josemar, que foi achado dois dias depois do assassinato.
Entre os quatro presos pelo crime, a travesti Julia, de 24 anos, assumiu à polícia ter segurado os braços de Aline, enquanto Micheli a teria matado, enforcando-a com um cadarço.
Relatório da Polícia Civil indica que Micheli teria afirmado, a uma testemunha, ter pagado R$ 50 para que Julia levasse Aline até o Cotia Hall, casa de shows desativada, onde a ex-modelo foi morta e carbonizada. O local é conhecido na região como “Cracolândia de Cotia”
Depois disso, Micheli pagou outros R$ 50 a Igor Santos de Moraes, para que ele se livrasse do corpo, usando um carrinho de supermercado – ainda segundo o documento policial. Igor também foi preso, assim como Julia, Micheli e o marido dela, Paulo Lamartine Pereira Alexandria.
As investigações indicam que o assassinato da ex-modelo ocorreu após Micheli flagrar a vítima mantendo relações íntimas, em troca de drogas, com Paulo, também dependente químico.
A ex-modelo era usuária de crack há seis anos e, ultimamente, evitava ir ao local onde foi morta, por medo de ser agredida.
Segundo documento da Delegacia Seccional de Carapicuíba, Micheli apresentou “extremo nervosismo” quando foi abordada por policiais e presa, na terça-feira (28/2).
Em um primeiro momento, ela atribuiu o homicídio de Aline ao companheiro, Paulo Lamartine Pereira Alexandria e à travesti Julia, negando qualquer participação no crime. “Logo após mudou sua narrativa, e passou a ofertar versões diversas e consequentemente conflitantes, imputando os fatos a terceiros em uma clara tentativa de isentar-se da culpabilidade”, diz trecho de relatório policial, ao qual o Metrópoles teve acesso.
A polícia solicitou à Justiça a prisão temporária do quarteto. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) se negou a dar informações sobre a decisão “para não atrapalhar as investigações.”
Nenhum advogado dos quatro presos havia sido localizado até a publicação desta reportagem. O espaço segue à disposição.
Vício
Em depoimento dado à polícia, a irmã da ex-modelo contou que Aline era usuária de crack havia seis anos e que vivia nos faróis pedindo esmola, além de se prostituir, para manter o vício.
Ela disse que último contato de Aline com a família havia sido na quarta-feira passada (22/2).
Já o padrasto da vítima afirmou, também em depoimento, que Aline vinha vivendo em situação de rua nos últimos tempos em razão da dependência química.
Ainda segundo a irmã, Aline foi internada em clínicas de reabilitação por diversas vezes durante os anos de vício. A ex-modelo deixou um filho de um ano e quatro meses, que é cuidado pela avó materna.