Por muitos anos, as mulheres não tinham vez no samba, não porque não estivessem presentes nesse espaço, mas as rodas de samba, o palco, as composições e o sucesso eram espaços dominados por homens.
Por outro lado, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, as mulheres se fizeram, e se fazem presente marcando a história do samba popular deixando o seu legado e mostrando que lugar de mulher é em todo lugar.
A presença feminina foi essencial para que essa cultura se perpetuasse, e na capital acreana não tem sido diferente, o samba tem se inserido com muita intensidade nos bares e locais público, e as mulheres também têm mostrado a sua potência ocupando estes espaços. Moças do Samba é um grupo formado por Carol Di Deus, Narjara Saab e Sandra Buh, que juntas entoam com suas vozes e levam o samba popular com muita resistência.
O samba sempre foi um movimento de resistência, porém, machista. Então a importância de um grupo liderado por mulheres fazer um evento de samba em alusão às mulheres vai para além de celebrar o dia 8 de março. É também um ato de resistência.
Moças do Samba se apresentará neste sábado (11), a partir das 19h30. “Tem Mulher no Samba” no Casarão é um evento com entrada franca, é financiado pelo Fundo Municipal de Cultura e produzido pela Acreativa Produções.
Segundo Narjara Saad, integrante do grupo, cita que “aproveitar esse dia para suscitar reflexão e não apenas fazer homenagens”.
“Precisamos redirecionar a força que tem esse olhar em massa para a mulher e tirar o viés comum que é o de exaltar a beleza, a força, a mulher guerreira e tudo mais. Precisamos nos aprofundar nessas questões de forma incisiva e falar sobre carga mental, sobre machismo, sobre mudanças de modelos mentais, rede de apoio e inclusão”, explica.
Durante o evento serão citadas as questões referentes à mulher, estatísticas e falas pontuais que irão levar o público a refletir sobre a mulher dentro destes espaços, segundo Narjara.