Vítima de machismo, vereadora no Acre diz que há manobras para proteger agressor na Câmara

O pedido de cassação do mandato do vereador Gilvan José (PCdoB), apresentado na sessão da noite da última terça-feira (21), na Câmara Municipal de Bujari, não foi lido em plenário, nem tornado público pelo presidente da Casa, vereador James Mourão (PP).

A vereadora Eliane Abreu, uma das signatárias do documento, que acusa o colega de tê-la ameaçado e ofendido por causa de gênero durante sessão no último dia 27 de janeiro, questionou o vereador presidente pela atitude e levantou a suspeita de que pode ter havido ali uma manobra para proteger o vereador acusado.

Quase dois meses após as denúncias das agressões e de ter sido indiciado em inquérito da Delegacia Geral de Polícia do Bujari, cujo delegado Bruno Coelho pediu à Justiça medidas protetivas para que Gilvan José se mantenha afastado 300 metros de Eliane Abreu e que seja condenado ao uso de tornozeleira eletrônica, o vereador acusado não sofreu nenhum tipo de punição.

É que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para o qual o inquérito policial foi despachado, se julgou incompetente para julgar o caso e devolveu o documento para a Delegacia de Polícia.

“É uma luta desigual que venho travando. Estou fazendo tudo certo, mas a Justiça parece cada vez mais distante. Mas não vou desistir porque não estou lutando só por mim mas por todas as mulheres que passam por este tipo de constrangimento”, disse Eliane Abreu.

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