Acusado de matar mulher com 29 facadas após vítima reagir a estupro vai a júri popular

Eronilson da Silva Gomes vai a júri popular pela morte de Jacineide Ferreira de Lima em novembro de 2021. A decisão é da juíza de direito Luana Cláudia de Albuquerque Campos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco. Eronilson, que já tem passagem e já respondeu por estupro, segundo os antecedentes criminais, segue preso no Complexo Prisional de Rio Branco.

A juíza ressaltou que a materialidade do crime é reforçada pelos indícios encontrados no local do crime, além do laudo cadavérico e laudo da perícia criminal. “Diante das provas mencionadas acima, não há dúvida de que o acusado foi o autor do homicídio de Jacineide Ferreira de Lima de Oliveira”, afirma.

O texto relata ainda que a defesa de Gomes alegou que a intenção do homem era de estuprar a vítima e não matar Jacineide, por isso pleiteou primeiramente a desclassificação do crime por homicídio para estupro seguido de morte, e de forma secundária, caso não houvesse a desclassificação, pugnaria pela exclusão da qualificadora de meio cruel. A juíza manteve as qualificadoras.

O Ministério Público do Acre (MPAC) denunciou o acusado em agosto de 2022 por homicídio em razão de motivo fútil, com emprego de meio cruel. O laudo aponta ainda 29 facadas, o que também foi destacado pelo órgão ao oferecer a denúncia.

Relembre o crime

Jacineide Ferreira de Lima, de 40 anos, foi achada morta no Beco do Bambu sem a parte de baixo da roupa. Segundo informações de testemunhas que estavam em uma oficina próxima do local relataram à Polícia Militar, na época, que ouviram a vítima pedindo socorro e a viram correndo sem roupa com a bermuda nas mãos. Após alguns passos, a mulher caiu e morreu. Apesar de ser achada despida, o exame não confirmou a relação sexual.

Durante o depoimento à polícia, após ser preso, o acusado disse que andava pela Avenida Antônio da Rocha Viana, em Rio Branco, de bicicleta em busca de trabalho, porque é roçador. Quando virou em uma rua avistou a vítima, que chegou no beco em que a mulher foi morta e começou a conversar com ela. “Chamou para ‘namorar’ no beco e a vítima pediu R$ 50. Ele disse que não tinha dinheiro e tentou sair do local, mas a vítima lhe segurou e que ele pegou uma faca e furou a vítima”, diz o depoimento.

Além disso, ele diz que não lembra das facadas que desferiu contra a vítima, mas que ela ficou gritando por socorro. Após isso, ele diz que saiu correndo, deixando sua bicicleta, faca e boné para trás e foi até o bairro Placas, onde morava sua companheira, para quem disse que haviam roubado sua bicicleta.

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