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Conheça história de mãe e filha que foram diagnosticadas com autismo no Acre

Por Rebeca Martins, ContilNet

O dia 2 de abril foi instituído pela Organização das Nações Unidas como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a data é um marco na luta por direitos, reconhecimento e visibilidade a esse público. No estado do Acre, diversas pessoas celebram o acontecimento como protagonistas de suas histórias.

O mês de abril é voltado para a discussão da temática, tendo ações e eventos que são imprescindíveis para garantir que o assunto seja amplamente difundido. Além disso, é também importante dar atenção aos rio-branquenses com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que tem muito a dizer sobre as barreiras e conquistas vivenciadas. 

Rauana Batalha Albuquerque Mendes é servidora da Universidade Federal do Acre (Ufac), coordenadora do programa de extensão da Ufac “AUTISMOS: do lado de dentro do Espectro”, mestra em letras em Linguagem e Identidade, pós-graduada em Intervenção ABA para Autismo e Deficiência Intelectual, autista e mãe de autista.

Foto: Cedida

Ela conta em entrevista exclusiva ao ContilNet que em 2019 obteve o diagnóstico de sua filha, Amora, de apenas 2 anos. Inicialmente, pode identificar alguns dos sinais sintomáticos de TEA. Com acompanhamento médico pediátrico o TEA foi identificado mas houve certa resistência antes de investigar a condição. 

“Não acreditei”, disse Rauana, que somente alguns meses depois procurou profissionais especializados e assim entrou na luta para conseguir as terapias para a filha. Na mesma época, trabalhando no Núcleo de Apoio à Inclusão, conheceu os primeiros autistas jovens e adultos. Ela descreve eles como pessoas inteligentes, sensíveis e que pediam apoio psicológico por parte da instituição.  

“Consegui fazer o primeiro projeto de extensão voltado para o acolhimento e orientação do público universitário da Ufac. Ouvindo aqueles jovens, eu me identifiquei muito com o jeito que eles agiam, sentiam e reagiam. Terminando o projeto, fiz minha avaliação neuropsicológica e o resultado foi autismo nível 1, aos 34 anos”, explica. 

“As pessoas esquecem que os autistas crescem, que têm habilidades e que querem participar da vida social. Basta que haja compreensão e respeito pela diferença. Somos pessoas que captam as coisas de um modo distinto, mas não inferior. Temos muito potencial”, destaca Rauana.

Rauana ainda relata que a filha saber que tem seu apoio e compreensão é uma questão importante. “Eu acredito que ela se sente mais confortável em ter os sentimentos dela validados, porque em alguns aspectos somos bem parecidas”, finalizou. 

Movimentos como este no mês de abril são importantes também para que as pessoas com autismo ou responsáveis, busquem conhecimento, procurem atendimento médico multidisciplinar e os seus direitos garantidos pela lei, ultrapassando os obstáculos enfrentado pelo preconceito.

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