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Funcionando há 24 anos, tradicional lanchonete de Rio Branco pode ser demolida

Por Maria Fernanda Arival, ContilNet

Ponto do Lanche, em Rio Branco. Foto: Cedida

O Ponto do Lanche, conhecida lanchonete do bairro Aviário em Rio Branco, poderá precisar sair do local em que está há pelo menos 24 anos. Segundo a proprietária, Maria Liberdade do Nascimento, após uma reforma que precisou ser feita, a presidência do Vasco denunciou o ponto, que vem recebendo diversas notificações para desocupação do espaço pela Prefeitura de Rio Branco.

Maria Liberdade contou ao ContilNet que há 24 anos tira o sustento da sua família através da venda de lanches no ponto localizado na calçada da sede campestre do Clube do Vasco da Gama.

“Tudo começou quando eu precisei fazer uma reforma no meu lanche, pois caiu um outdoor em cima e eu precisei reformar. Até aí nunca tinham mexido comigo, mas a presidência do Vasco me denunciou dizendo que eu tinha ocupado espaço público e eu recebi uma notificação”, explicou.

Foto antiga no Ponto do Lanche, em Rio Branco. Foto: Cedida

A proprietária do lanche explicou também que conversou com um vereador de Rio Branco, que auxiliou na entrada de recurso, mas foi indeferido. “Eles me mandaram várias notificações, uma atrás da outra. No sábado retrasado eu recebi uma notificação que eu tinha que desocupar o espaço imediatamente e eu tinha 15 dias, que eles iam demolir o lanche. Nesses 15 dias eu tinha que recorrer e eu recorri, logo no outro dia mandaram o aviso que tinha sido indeferido. Já estou no terceiro recurso, desde novembro do ano passado”, explicou.

Foto de 1998 do Ponto do Lanche, em Rio Branco. Foto: Cedida

Maria da Liberdade disse ainda que já realizou diversas tentativas de diálogos, mas afirma que não tem mais nada para dizer, “pois tudo que digo não serve”. “E aí você se vê em uma situação, que tem um ponto há 24 anos e que o sustento da sua família depende disso. Eu sempre trabalhei com meus filhos. O lanche é o sustento da minha casa e da casa deles, que já são casados, começaram a trabalhar desde jovem e cada qual tem sua família, mas dependem do lanche porque trabalham comigo”, explica.

Liberdade contou também que não sabe quanto tempo tem para sair. “Eles me deram 15 dias, eu entrei com recurso, eles impugnaram e ontem disseram que estava tendo uma reunião que era sobre meu lanche, mas eu não sei do resultado”.

Foto antiga do Ponto do Lanche, em Rio Branco. Foto: Cedida

Durante todo esse período, Maria da Liberdade continua trabalhando no lanche pois, segundo ela, se não trabalhar, não tem como se sustentar, mas que não deve ir nesses dias pois está com problemas de saúde devido à situação. “Tenho estado em nervos e a minha pressão está subindo muito. Eu estou meio ruim, eu vou dar uma descansada”, disse.

Com relação ao ponto, Maria da Liberdade disse que conversou com a Prefeitura para que caso o lanche seja demolido, eles deem outro ponto para ela, mas que pela conversa, a proprietária do lanche não tem direito a outro ponto. Com isso, Liberdade não sabe o que fazer caso perca o local.

A Prefeitura de Rio Branco explicou ao ContilNet que estabelecimentos com alvará devem continuar funcionando e aqueles que não possuem o documento, são notificados pela fiscalização, mas que o caso do Ponto do Lanche é diferente é que será investigado para uma resposta sobre a situação. Até o fechamento desta reportagem, não houve retorno.

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