Após três anos após da pandemia de covid-19, pesquisadores chineses estão empenhados em entender ao certo o que pode ter causado a disseminação do coronavírus. Uma análise genética confirmou que existia DNA de um animal selvagem em testes positivos da doença o que pode sugerir uma linha para a origem do vírus.
Em texto publicado na revista científica Nature nesta quarta-feira (5/4), pesquisadores chineses identificaram que os testes do Mercado Huanan Seafood Wholesale em Wuhan, na China, — muito associado pela pandemia — tinham material genético de animais selvagens e testaram positivo para a covid.
Essa confirmação indica uma possibilidade de que um animal selvagem tenha sido o hospedeiro intermediário de um vírus que se espalhou para infectar humanos. Entretanto, eles afirmam que as descobertas não fornecem provas definitivas de que o SARS-CoV-2 tenha origem em um evento de propagação de animal para humano.
A análise dos dados, ainda que não tão conclusivas, ajudarão os especialistas a entender a origem da pandemia.
De acordo com o virologista evolutivo Jesse Bloom, embora os testes — coletados em janeiro de 2020 —forneçam informações úteis sobre quais animais estavam no mercado, é necessário analisar amostras mais antigas para encontrar as origens da pandemia. “Se algum dia descobrirmos as origens exatas do SARS-CoV-2, suspeito que venha de novas informações sobre casos ou eventos no início de dezembro ou novembro de 2019, ou antes”, destaca.
O mercado na cidade de Wuhan foi muito associado ao começo da covid porque os primeiros casos confirmados da doença foram vinculados ao mercado — ponto de vendas de animais conhecidos por serem hospedeiros de vírus respiratórios chamados sarbecovírus — que incluem SARS-CoV- 2.
Contudo, os especialistas não descartam a hipótese de um possível vazamento de laboratório, que ganhou força em 2021, e pode ser uma das origens do vírus.