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Pesquisadores acreanos são destaque nacional após estudo sobre incêndios

Por Matheus Mello, ContilNet

Área devastada pelas queimadas em Boca do Acre. Foto: Lula Sampaio/AFP

O Map, região sudoeste da Amazônia, que engloba o Acre, Madre de Dios, no Peru e Pando na Bolívia, virou instrumento de uma pesquisa publicada no International Journal of Disaster Risk Reduction, sobre governanças de incêndios florestais.

O estudo foi elaborado por pesquisadores acreanos e ganhou uma matéria de destaque na Folha de São Paulo. Em entrevista ao jornal, uma das organizadoras da pesquisa, a socióloga Gleiciane Pismel, falou sobre as dificuldades de pesquisar no Acre e reiterou a importância do estudo.

“Morando no Acre, temos pouco ou nenhum protagonismo, principalmente quando se fala de meio ambiente. Vemos cientistas de outras regiões e até de outros países falando da Amazônia, chamando a atenção para o tema, mas nós, que moramos aqui, ficamos fora dessa governança. Trazer esse olhar local das vulnerabilidades e das capacidades da região é um ponto muito positivo do nosso estudo”, diz Pismel, que também é colaboradora do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e primeira autora do artigo.

Além do estudo visionário, a equipe elaborou um livro didático para auxiliar a formação de professores. À Folha de SP, Liana Anderson, outra autora do artigo, explica que a ideia de elaborar o livro foi uma forma de levar a temática para dentro das salas de aula.

Capa do livro elaborado pelos pesquisadores. Ao fundo, a bandeira do Acre, fincada na Gameleira, em Rio Branco. Foto: Acervo

“Principalmente no contexto em que vivemos com o fantasma mundial das fake news. No Brasil, tivemos perda de infraestrutura, das capacidades organizacionais e, ao mesmo tempo, houve uma fragilização do conhecimento com as informações falsas. Quando você tem esse tipo de informação se disseminando na sociedade é muito difícil recuperar não só a confiança nas instituições que produzem informação e ciência, mas também reverter o pensamento. Às vezes a informação falsa chega, mas a contrapartida não vai com a mesma velocidade”, finalizou a pesquisadora.

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