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Pós-enchente: moradores se deparam com cenário de caos ao voltar para casa

Por Suene Almeida, ContilNet

Moradores fazem a limpeza de suas casas no bairro da Base. Foto: Juan Diaz/ContilNet

As águas do Rio Acre baixaram e com elas o rastro de destruição ficou nos bairros mais atingidos. São inúmeros bens perdidos e a sujeira que fica no pós-alagação. A equipe do ContilNet foi até o bairro da Base, neste sábado (08), um dos primeiros a sofrer com a subida do afluente. O cenário é de tristeza e de muito trabalho para as famílias que estão retornando para suas casas.

Pós-alagação, bairro Base. Foto: Juan Diaz/ContilNet

Sônia Fonseca, 69 anos, conta que é muito difícil a situação, pois já passou muitas alagações no local e não tem como morar em outro lugar.

Sônia Fonseca. Foto: Juan Diaz/ContilNet

“É muito difícil, a água acaba com tudo, sabe? Já passei por várias alagações aqui, ainda maiores do que essa. Mas esta encheu muito rápido, eu não esperava que fosse alagar este ano.”

Algumas das casas ficaram soterradas pela grande quantidade de areia acumulada. Os moradores estão empenhados em retirar a lama em suas residências, como por exemplo, a Maria José, moradora há pelo menos 40 anos. Com uma bota de sete léguas, ela tentava tirar parte da lama que aterrou a área da sua casa.

Maria José. Foto: Juan Diaz/ContilNet

“A situação é desesperadora, eu estou cansada já. É um bairro bom, mas do jeito que está, preciso me retirar. Eu não queria sair, mas vou. A sensação é de pânico, nem durmo direito”, desabafa.

Victor Augusto mora na Base há 35 anos e conta que já passou por várias alagações e conta que teve uma crise ansiedade com o avançar das águas.

Vitor Augusto. Foto: Juan Diaz/ContilNet

“Eu tive uma crise de ansiedade muito grande antes da água começar a subir, de fato. Aos poucos estamos voltando, agora vamos limpar tudo antes que a lama seque, para poder ter um pouco mais de tranquilidade dentro de casa. Nós tiramos o grosso, agora estamos retirando algumas coisas que podem ter danificado e tem animais que fugindo da alagação, entraram e acabaram morrendo afogados”, conta.

Mais de 15,4 mil moradores tiveram que deixar suas casas por conta da cheia do manancial e estão em abrigos ou casas de parentes e amigos.

Algumas famílias estão, neste sábado, abrindo as portas de suas casas pela primeira vez após a enchente, como é o caso de Cleonir Carvalho, que mora há mais de 20 anos no local. Com o avanço das águas, ela tirou suas coisas de dentro de casa e ficou na residência da sua filha. Ela conta que a sensação é de tristeza em ver sua casa cheia de lama.

Cleonir Carvalho. Foto: Juan Diaz/ContilNet

“É uma tristeza, sabe. Foi um horror abrir a porta e ver nossa casa assim, eu não esperava isso. Na outra alagação eu perdi sofá, televisão, muita coisa. Mas dessa vez tirei tudo antes da água avançar.”

Em Rio Branco, o nível do rio Acre chegou a marcar 17,72 metros, uma das maiores cheias já registradas na história do afluente. Mais de 30 abrigos provisórios foram disponibilizados na capital.

Veja alguns registros:

VEJA A VIDEORREPORTAGEM DE JUAN DIAZ:

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