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Acre tem apenas um titular na CPI do MST, que realizou primeira reunião nesta terça

Por Tião Maia, ContilNet

Deputado coronel Ulysses. Foto: Ascom

Instalada há uma semana e que realizou sua primeira reunião de trabalho nesta terça-feira (23), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) terá um dos oito deputados federais da bancada do Acre como um de seus 54 integrantes titulares (o colegiado tem igual número de suplentes) – no caso coronel Ulysses, do União Brasil.

Levantamentos do Congresso informam que o colegiado tem 40 deputados federais ligados à bancada do Agronegócio – e, portanto, contrários ao MST, e 14 da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que mantém relações de alianças com o movimento. A CPI terá como relator o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do Governo de Jair Bolsonaro.

A inclusão do nome do deputado federal coronel Ulysses como titular da CPI surpreendeu porque o Movimento Sem Terra praticamente não tem ação ou presença no Acre, mesmo durante os 20 anos em que o PT governou o Estado, de 1998 a 2018. Mesmo assim, Ulysses Araújo quis participar do colegiado para, segundo ele, “apurar os casos de esbulho possessório (invasões) praticados pelo movimento”.

Na reunião de hoje, o relator apresentou o cronograma de trabalho dos nomes dos primeiros convocados, entre os quais o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.

A CPI do MST foi criada a pedido da oposição ao governo Lula e tem nos postos-chave parlamentares de direita. O presidente é o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). O objetivo declarado da CPI é investigar ações do MST e quem financia as atividades do movimento.

Na primeira reunião, a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) bateu boca com o deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator do colegiado, durante a sessão. Durante sua fala, ela lembrou que o ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal. Após a fala da parlamentar, Salles disse que abrirá um processo contra ela no Conselho de Ética da Câmara.

Antes, houve também embate entre o deputado delegado Éder Mauro (PL-PA) e o deputado Valmir Assunção (PT-BA), ligado ao MST. Mauro chamou o MST de “movimento de marginais”. Assunção disse que não aceitaria a fala do deputado.

“Ele não pode me chamar de marginal. Eu não admito isso. Eu sou deputado como todos aqui. Não sou marginal”, rebateu Valmir, dando tapas na mesa.

Mauro então foi chamado de torturador pelas deputadas Sâmia Bomfim e Talíria Petrone.

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