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Bolsonaro é acusado de comprar carne de pescoço de galinha a R$ 260,00 o quilo

Por Tião Maia, ContilNet

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que já responde na Polícia Federal por uma série de irregularidades que vão desde a falsificação de cartões de vacinas, tráfico e receptação de jóias sauditas, além de apoio aos atos preparatórios de um golpe de Estado e os atos terroristas em Brasília no dia 8 de janeiro, deve responder por um caso de corrupção envolvendo povos indígenas da Amazônia.

Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O governo de Bolsonaro será investigado pela compra e pagamento, no ano passado, de R$ 260 pelo quilo do pescoço de galinha destinado à alimentação de indígenas da Amazônia. O alimento superfaturado foi adquirido sem licitação e o valor é 24 vezes maior do que o preço médio de R$ 10,7 do mesmo item comprado em outros contratos do governo.

Segundo notas fiscais obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, foram gastos R$ 5,2 mil em 20 quilos de pescoço de galinha. Além disso, não há registros da entrega do produto. Com R$ 5,2 mil seria possível comprar meia tonelada de pescoço de galinha pelo preço médio (R$ 10,7) do alimento pago em outros contratos.

O pescoço de galinha foi comprado para indígenas da etnia Mura e funcionários da Funai numa missão em Manicoré, na floresta amazônica. O jornal O Estado de S. Paulo disse ter entrado em contato com a empresa responsável pela venda das carnes. O empresário disse que “tudo foi entregue conforme as notas fiscais emitidas e os preços levantados pela Funai”, mas afirmou que não vendia pescoço de galinha.

“Carne de pescoço? Não existe isso aqui. Eu sei que é uma carne ruim demais. Só pode ter sido um erro das notas de pagamento,”, disse o dono ao ser questionado sobre a explicação para ter vendido o alimento por R$ 260 o quilo.
A coordenação regional da antiga Fundação Nacional do Índio (Funai) – atualmente Fundação Nacional dos Povos Indígenas -, no Rio de Madeira, na Amazônia, comprou também mais de uma tonelada alcatra, latas de presunto, charque, maminha e coxão duro que nunca foram distribuídas entre as famílias das aldeias, na época da pandemia da Covid-19.

Ao receberem as cestas básicas, os indígenas só encontraram arroz, feijão, macarrão, farinha de milho, leite e açúcar. A empresa Loja do Crente Rei da Glória era a responsável por entregar as cestas. O empresário do estabelecimento não respondeu à reportagem.

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