O presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, Raimundo Neném (PSB), depois de ter se posicionado contra o aumento dos salários dos vereadores, agora sai em defesa da concessão de auxílios que totalizam R$ 4 mil reais mensais nos vencimentos de cada um, sendo R$ 1,5 mil de auxílio-alimentação e R$ 2,5 mil de auxílio-saúde.
Em entrevista ao jornalista Itaan Arruda, no programa Gazeta Entrevista, na tarde desta quarta-feira (17) Neném chegou a admitir a pouca moralidade da situação, mas argumentou favorável.
“Nós vereadores temos uma batalha muito árdua. Somos o para-choque da população e a estrutura que temos, não que seja pouca, mas tem que melhorar. Somos trabalhadores e o vereador no exercício do parlamento está dando sua contribuição e como todos os funcionários da Câmara tem esse benefício eu acho por direito e não vai matar ou diminuir o posicionamento dos vereadores ”, disse.
A concessão dos auxílios aos vereadores de Rio Branco foi aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito Tião Bocalom (Progressistas) logo após a revogação do aumento dos salários de R$ 12 mil para R$ 17 mil, aprovado no começo do mês de abril em meio a polêmicas devido ao contexto da situação crítica da cidade com as alagações. No mesmo pacote, foram aprovados outros dois projetos de lei de autoria do Executivo municipal, que prevê aumento de salários ao prefeito da capital e a criação de 77 cargos comissionados.
Neném chegou a retirar-se da sessão plenária, por ser contra os aumentos. “Fui contra o aumento dos salários. Aquele reajuste era inconstitucional, mas nessa pauta aqui [ dos auxílios] não vejo nenhum problema”, disse
Indagado se os auxílios não seriam imorais por parecerem uma espécie de compensação devido à revogação do aumento nos salários, Neném disse que houve amparo legal, mas admitiu: “o próprio Tribunal de Contas tem esses benefícios e se os outros tribunais e os outros órgãos tem, e se a gente pode se amparar nessa situação, então foi assim neste que a gente se entendeu. Nessa situação que é um pouco imoral, mas o vereador tem que sobreviver”, encerrou.