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Governo Lula vai propor linha de crédito para Argentina

Por Globo

Foto: Ricardo Stuckert

O Brasil vai propor a criação de uma linha de crédito para socorrer a Argentina. De acordo com Gabriel Galípolo, secretário executivo do Ministério da Fazenda, o plano é a criação de um “crédito de exportação”, um financiamento às empresas brasileiras que vendem para empresas argentinas que importam serviços e mercadorias do Brasil.”

O estudo que está sendo realizado tenta fazer com que esse crédito de exportação funcione dentro das restrições que existem atualmente nos balanços de pagamentos na Argentina. O presidente Lula vai se encontrar nesta terça-feira (2) com o presidente argentino, Alberto Fernández, em Brasília. Fernández ainda terá uma reunião com o Ministério da Fazenda.

Segundo o secretário, a necessidade dessa linha de crédito tem um agravante este ano por conta de uma seca na Argentna, que reduziu em 40% as exportações, uma perda de cerca de US$ 17 bilhões. O país entrenta uma crise por conta de queda no valor do dólar. “Isso agrava um pouco mais a situação da Argentina neste ano. Mas para o Brasil, temos 210 empresas que comercializam com o país, principalmente em valores industriais, de mais valor agregado”, afirmou, destacando a importância da medida.

“Essas linhas de exportação pagam diretamente as empresas brasileiras, e o risco da situação é ser menos um risco tradicional de financiamento, que é quando você financia uma empresa e não sabe se a empresa vai conseguir vender ou não, porque a demanda dos produtos existe. O problema que existe é a conversibilidade da moeda.”
“Ou seja, ele vai vender em pesos na Argentina. Quando ele pegar esse financiamento do lado de cá, o que vai acontecer é que tem problema de conversibilidade. Será que o volume de pesos, ao converter para real, vai ser suficiente para cobrir a dívida?”, explica Galípolo

Nos últimos cinco anos, de acordo com Galípolo, por ausência de mecanismos do Brasil de financiamento das exportações brasileiras e importações argentinas, o país perdeu cerca de US$ 6 bilhões em espaço no comércio para a China, que ele afirma que vem viabilizando mecanismos de financiamento em alternativas de meios de pagamento.

O problema, segundo o secretário, é resolver isso em um comércio que usa uma moeda de um terceiro país que não participa desse comércio, que é o dólar.

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